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Política

CCJ discute anistia aos presos do 8 de janeiro

Medida quer beneficiar pessoas que vandalizaram Brasília
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Gésio Passos - repórter da Rádio Nacional
10/09/2024 - 21:21
Brasília
Brasília (DF) 10/09/2024   Comissão de Constituição e Justiça da Câmara durante reunião para discutir o projeto de lei que concede anistia a todos os que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional a partir do dia do dia 30 de outubro de 2022Foto Lula Marques/ Agência Brasil
© Lula Marques/ Agência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados começou, nesta terça-feira (10), a discutir o projeto que prevê anistia aos extremistas que depredaram prédios públicos em 8 de janeiro de 2023. A sessão acabou suspensa por causa da ordem do dia, mas os trabalhos da comissão voltam amanhã, às 10 horas.

A medida busca beneficiar as pessoas que vandalizaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto por estarem inconformadas com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O projeto pede anistia a todos que participaram dos atos com motivação política e eleitoral, além daqueles que financiaram essas manifestações contra a eleição de Lula.

Durante a discussão, parlamentares de direita defendiam que os manifestantes não tentaram um golpe de estado. O deputado Daniel José, do Podemos de São Paulo, disse que os julgamentos foram injustos.

Partidos de esquerda buscaram a obstrução da votação, denunciando a proposta como uma afronta à democracia. A deputada Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, reforçou que os crimes cometidos precisam ser julgados.

Para lembrar o que aconteceu em 8 de janeiro de 2023. Com a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022, acampamentos surgiram na frente de unidades militares pedindo intervenção das Forças Armadas. 

Manifestantes fazem ato contra governo no dia 8 de janeiro 2023
Joédson Alves/Agencia Brasil
Ataque à Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Foto: Joédson Alves/Agencia Brasil

Após a posse de Lula, manifestantes se concentraram na frente do QG do Exército em Brasília, mesmo com ordem judicial para que fossem desmontados.

Em 8 de janeiro, cerca de 5 mil acampados invadiram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Sem uma ação da PM do DF, os vândalos entraram no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e na sede do Supremo Tribunal Federal. Quebraram tudo que viam pela frente.

Somente após o governo federal intervir na segurança pública do DF, foi retomado o controle da situação, quando, após negociação com Exército, houve a prisão de mais de 1.500 pessoas na manhã do dia 9 de janeiro.

Até o momento, 1.644 pessoas já foram denunciadas pelo MPF pelos atos de 8 de janeiro. 227 já foram condenadas e 424 acordos foram feitos com o STF. A AGU cobra na Justiça R$ 56 milhões de reparação pelos danos causados aos prédios públicos. 

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