CCJ discute anistia aos presos do 8 de janeiro
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados começou, nesta terça-feira (10), a discutir o projeto que prevê anistia aos extremistas que depredaram prédios públicos em 8 de janeiro de 2023. A sessão acabou suspensa por causa da ordem do dia, mas os trabalhos da comissão voltam amanhã, às 10 horas.
A medida busca beneficiar as pessoas que vandalizaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto por estarem inconformadas com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O projeto pede anistia a todos que participaram dos atos com motivação política e eleitoral, além daqueles que financiaram essas manifestações contra a eleição de Lula.
Durante a discussão, parlamentares de direita defendiam que os manifestantes não tentaram um golpe de estado. O deputado Daniel José, do Podemos de São Paulo, disse que os julgamentos foram injustos.
Partidos de esquerda buscaram a obstrução da votação, denunciando a proposta como uma afronta à democracia. A deputada Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, reforçou que os crimes cometidos precisam ser julgados.
Para lembrar o que aconteceu em 8 de janeiro de 2023. Com a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022, acampamentos surgiram na frente de unidades militares pedindo intervenção das Forças Armadas.
Após a posse de Lula, manifestantes se concentraram na frente do QG do Exército em Brasília, mesmo com ordem judicial para que fossem desmontados.
Em 8 de janeiro, cerca de 5 mil acampados invadiram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Sem uma ação da PM do DF, os vândalos entraram no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e na sede do Supremo Tribunal Federal. Quebraram tudo que viam pela frente.
Somente após o governo federal intervir na segurança pública do DF, foi retomado o controle da situação, quando, após negociação com Exército, houve a prisão de mais de 1.500 pessoas na manhã do dia 9 de janeiro.
Até o momento, 1.644 pessoas já foram denunciadas pelo MPF pelos atos de 8 de janeiro. 227 já foram condenadas e 424 acordos foram feitos com o STF. A AGU cobra na Justiça R$ 56 milhões de reparação pelos danos causados aos prédios públicos.