Mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia foram soltos em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (2). A ação faz parte de um programa conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O método inovador começou a ser aplicado em alguns bairros de Niterói há três anos e já mostra resultados: análises preliminares indicam redução de 75% dos casos de chikungunya.
A tecnologia consiste em soltar insetos contaminados com uma bactéria que impede o desenvolvimento das doenças. Funciona da seguinte forma: apelidado de mosquito do bem, o inseto recebe a bactéria Wolbachia, um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti.
Ao se reproduzir com outros mosquitos locais, o novo inseto também nasce com a Wolbachia. Dessa forma, a população de mosquitos capaz de transmitir dengue, zika e chikungunya vai sendo substituída por vetores que não têm essa capacidade.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acompanhou a ação e confirmou a intenção de expandir o projeto, a partir dos resultados positivos.
Segundo o pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, coordenador do programa, Niterói será o primeiro município brasileiro com a cobertura total do projeto, também testado em outros países.
O método Wolbachia é tido como uma solução complementar, que não exclui medidas de eliminação de focos dos mosquitos e controles clínicos como o fumacê.