Cerca dois mil e quinhentos agentes de endemias e agentes comunitários de saúde, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fazem capacitação nesta segunda e na terça-feira, para executar nova estratégia de combate as arboviroses.
Trata-se do método que consiste em infectar o mosquito Aedes aegypti com uma bactéria chamada wolbachia. Quando presente no mosquito, A bactéria impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam dentro do inseto, contribuindo para redução destas doenças.
O Laboratório Central de Mato Grosso do Sul vai receber o ovo do mosquito com a bactéria, produzido na Fiocruz. Serão realizados envios semanais para que técnicos do Lacen coloquem esses ovos para eclosão. Depois de adultos, esses mosquitos são soltos.
Nesta segunda-feira (17), em Campo Grande, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assinou documento que formaliza a participação do município na nova estratégia de combate ao Aedes aegypti. Depois dos estudos em laboratório, pesquisadores da Fiocriz fizeram os primeiros testes em Niterói, no Rio Janeiro. Segundo o Ministro da Saúde, com bons resultados, o método será expandido para outras regiões.
O Governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, comentou a estratégia. O estado é o segundo com maior incidência de dengue no país. São 147 casos casos por 100 mil habitantes. Perde apenas para o Acre.
Mato Grosso do Sul já registrou mais quatro mil casos de dengue este ano. Das nove mortes pela doença confirmadas de 2020, três foram no estado. A implantação do método Wolbachia em Campo Grande será feita de forma gradativa.
De acordo com o Ministério da Saúde, os agentes vão iniciar as atividades de conscientização da população. A aceitação do projeto pela comunidade também será avaliada. Somente após essa etapa é que se inicia a soltura dos mosquitos com a bactéria Wolbachia.
Na fase seguinte, alguns mosquitos serão capturados. Pesquisadores vão avaliar a presença da bactéria em mosquitos capturados na região.