Sistema penitenciário do DF registra primeira morte por Covid-19 e lidera casos no país
Depois de 19 dias de luta contra a Covid-19, o agente penitenciário Francisco Pires de Souza, de 45 anos, morreu nesse domingo por complicações da doença. Esta foi a primeira morte no Complexo Penitenciário da Papuda. O sistema penitenciário da capital do país registra o maior número de casos do novo coronavírus. Já são 546 contaminados, entre presos e agentes. Desses, dois pacientes estão em UTIs e oito em enfermarias. O restante recupera-se dentro das celas.
Devido à morte de Francisco e à falta de itens de proteção como máscaras, luvas, capotes, e álcool em gel 70%, os agentes penitenciários realizaram um protesto em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo local. Eles pediram melhores condições de trabalho e ajuda para um plano de saúde, como explica o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do DF (Sindipen), Paulo Rogério.
Além dos agentes penitenciários, os familiares dos presos estão preocupados com a alta taxa de contaminados. Uma dessas pessoas denuncia a falta de informação sobre os resultados dos exames de Covid-19, dentro das cadeias do DF.
Para tratar os contaminados dentro dos presídios, começou em abril a obra de um hospital de campanha para atender até 40 presos. Até o fechamento desta reportagem, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário não tinha se manifestado sobre a entrega do hospital, nem a respeito das queixas de agentes penitenciários e familiares de presos.