O Brasil registrou 1.252 novas mortes causadas pela Covid-19, num total de 61.884 vítimas da doença. O balanço do Ministério da Saúde teve ainda 48.105 novos casos, o que aumentou para 1,497 milhão a quantidade de pessoas infectadas.
E este número de contaminados pode ser até seis vezes maior. Essa é uma das conclusões preliminares de um estudo financiado pelo ministério e conduzido pela Universidade Federal de Pelotas. É o que o coordenador da pesquisa e reitor da universidade, Pedro Hallal, chama de iceberg - porque a parte visível é bem menor que o conjunto.
O estudo da Universidade Federal de Pelotas é um dos maiores do mundo. Foi feito a partir da aplicação de testes rápidos em 89.397 pacientes, moradores de 133 cidades que são pólos regionais. Os dados foram coletados em três etapas: de 14 a 21 de maio, do dia 4 ao dia 7 de junho e de 21 a 24 de junho. E a incidência da doença acelerou entre as duas primeiras fases, e cresceu de maneira mais lenta entre a segunda e a terceira.
Dois resultados chamaram a atenção dos pesquisadores. Um deles mostra que quase todos os pacientes apresentam sintomas. Somente 9% estavam infectados e assintomáticos. Os outros 91% tiveram sintomas. Os mais comuns são alterações nos sentidos do olfato e do paladar, dor de cabeça e febre.
O outro resultado que se destacou foi que as crianças podem ser infectadas pelo novo coronavírus tanto quanto os adultos. A pesquisa também concluiu que homens e mulheres têm chances iguais de se contaminar. O que faz diferença é a classe social: uma pessoa mais pobre tem, em média, o dobro de chance de se contaminar que uma pessoa mais rica.
O pesquisador Pedro Hallal declarou que só considera seguro flexibilizar as medidas de distanciamento social quando a curva de contaminação estiver em queda.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, reforçou que isso tudo precisa ser levado em consideração por prefeitos e governadores que autorizarem a reabertura de atividades econômicas e a volta às aulas.
Nessa quinta-feira, o Ministério da Saúde liberou R$ 11,3 bilhões para os municípios e R$ 2,5 bilhões para os estados usarem no enfrentamento à Covid-19.
Já sobre os medicamentos usados para intubar pacientes em situação mais grave, o ministério começou a repassar às secretarias de saúde as primeiras 335 mil unidades de remédio. Um levantamento das secretarias feito no mês passado mostrou que pelo menos 22 tipos de sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares estavam em falta nos estados e no Distrito Federal.