Anvisa mantém suspensão de testes da Coronavac
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, manteve a suspensão dos testes da Coronavac e afirmou que não há prazo para liberação.
Diretores da Agência participaram de coletiva, em Brasília, na tarde dessa terça-feira (10), para explicar os motivos que levaram a suspensão dos testes no país com a vacina contra o coronavírus da farmacêutica chinesa Sinovac.
Por causa da interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado. A decisão ocorreu na segunda-feira (09), três horas depois de receber notificação do Instituto Butantan, responsável pelos testes no Brasil, sobre a ocorrência de um “efeito adverso grave não esperado” em um dos participantes.
Segundo o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, a medida faz parte dos processos de pesquisa e lembra que outras pesquisas foram suspensas.
Porém, o Instituto Butantan questiona o rápido tempo de análise para decisão e as razões para suspensão. Em outubro, por exemplo, um médico brasileiro que tomou a vacina em teste da Universidade de Oxford morreu devido a complicações da covid-19.
Neste caso, a Anvisa não suspendeu os testes, pois ao ser notificada, o Comitê Internacional de Avaliação de Segurança sugeriu o prosseguimento do estudo, porque o voluntário estava no grupo que foi vacinado com placebo.
No evento relacionado à vacina chinesa a causa morte foi suicídio. Que para o Butantan não tem relação com a vacina. A Anvisa alegou que o Instituto não deu detalhes e que apenas teria informado a ocorrência de um evento adverso grave ocorrido no dia 29 de outubro.
Em reunião nesta terça-feira entre técnicos da Anvisa e do Butantan, o instituto apresentou mais detalhes da morte. Mas segundo Gustavo Mendes, gerente geral de medicamentos, nada mudou.
À noite, a Anvisa informou que recebeu documento emitido pelo Comitê Internacional Independente de Análise do evento adverso grave não esperado relativo à vacina Coronavac. Segundo a Agência, o documento está sob análise do grupo interno da Anvisa.