Governo detalha grupos que devem ser prioridade para vacina de Covid

Depois de três semanas sem entrevistas coletivas, o Ministério da Saúde voltou a reunir a imprensa nessa quinta-feira, para divulgar informações sobre a pandemia da Covid-19. E deu mais detalhes sobre o plano de vacinação contra a doença.

De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, a estratégia de imunização se divide em 10 eixos. Um dos principais é a definição do público prioritário.

Nos demais eixos, o governo brasileiro vai acompanhar as vacinas em desenvolvimento no mundo. Atualmente, mais de 400 substâncias estão em pesquisa, sendo 10 delas na fase 3, a mais avançada. O ministério também vai avaliar o custo, para decidir se a vacina contra o novo coronavírus será aplicada temporariamente ou incluída no calendário regular, como a da gripe.

Entre os eixos previstos estão, ainda, uma campanha de divulgação da vacinação. E o monitoramento para analisar eventuais efeitos colaterais e para garantir, por exemplo, que pessoas que tomaram a primeira dose de uma vacina tomem a segunda dose do mesmo imunizante.

Nessa quinta, o Ministério da Saúde também divulgou um manual para orientar gestores municipais e estaduais a manterem os tratamentos contra câncer, obesidade, diabetes, hipertensão e o tratamento odontológico no SUS. E apresentou números sobre a Covid-19 entre gestantes.

O ministério comparou duas semanas. A primeira, antes da edição de uma portaria sobre cuidados com as grávidas, de 6 a 11 de julho, quando 212 gestantes receberam o diagnóstico positivo para a doença e 10 delas morreram. A segunda semana, de 6 a 12 de setembro, foi quando a portaria já estava em vigor e o número de gestantes com Covid-19 caiu 57%, para 91, e duas delas morreram.

O secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara Parente, destacou que, nas Américas, o Brasil é o 2º país com o maior número de mortes de mulheres grávidas: foram 135. O secretário mostrou um balanço feito em agosto pela Organização Pan-Americana de Saúde, que indicava que 140 gestantes contaminadas pelo coronavírus tinham morrido no México.

No mesmo período, os Estados Unidos, epicentro da pandemia na região, tinham registrado 44 mortes entre gestantes. Na Argentina, seis. E, no Uruguai, nenhuma mulher grávida morreu por causa da Covid-19.

De acordo com os secretários do Ministério da Saúde, um ataque cibernético no começo do mês dificultou a centralização dos dados da pandemia. Por isso, o balanço semanal que indica como está a situação do Brasil em relação aos demais países não foi atualizado. Os dados mais recentes são do dia 25 a 31 de outubro.

Nessa quinta-feira, o ministério registrou 35.918 novos casos e 606 mortes causadas pela Covid-19. Ao todo, o país tem 5,9 milhões casos confirmados e 168.061 vidas perdidas para a pandemia.