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Saúde

Pesquisa mostra como isolamento alterou alimentação de adolescentes

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Cristiane Ribeiro
18/11/2020 - 17:48
Rio de Janeiro

Como está a alimentação dos jovens na pandemia do coronavirus? Uma pesquisa mostra que o confinamento  em casa  fez os adolescentes brasileiros, com idades entre 10 e 19 anos, diminuírem o consumo de fast foods. Muitos passaram a comer mais legumes e hortaliças. A média de ingestão desses alimentos mais saudáveis ficou em cinco porções por semana, acima do consumo verificado por jovens da mesma faixa etária da Espanha, Chile, Itália e Colômbia. E essas mudanças de hábitos estão no estudo sobre o consumo de alimentos durante a pandemia, realizada no Brasil e nesses outros quatro países. Aqui no Brasil, o levantamento foi conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mas nem tudo foi positivo. Isto porque a ingestão média de alimentos fritos e doces aumentou muito durante o confinamento. O consumo de hortaliças e frutas também cresceu no grupo pesquisado.

O estudo foi feito para mostrar como o isolamento durante a pandemia de covid-19 afetou a alimentação, especialmente dos adolescentes, que são altamente propensos a adquirir maus hábitos alimentares.

Sílvia Soares, pedagoga e mãe de quatro filhos - sendo três na faixa etária da pesquisa - lembra que no início da pandemia a família deixou de consumir produtos industrializados e que os fast foods foram banidos.

Para a pesquisadora da Fiocruz, Letícia Cardoso, que participou do estudo, esses resultados confirmam observações anteriores que sugeriram que o confinamento poderia levar a padrões alimentares irregulares e lanches frequentes em adolescentes devido ao tédio e estresse.

Para ela, é importante destacar também que esses hábitos alimentares estão associados a uma maior ingestão calórica e a um maior risco de obesidade e outras doenças crônicas no futuro como diabetes e problemas cardiovasculares.

Os dados foram coletados por meio de questionário anônimo sobre ingestão de alimentos entre 820 adolescentes da Espanha, Itália, Brasil, Colômbia e Chile. 

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