Presidente do Butantan nega relação de evento adverso com Coronavac
O presidente do Instituto Butantan nega que evento adverso registrado em voluntário tem relação com a vacina contra o coronavírus, desenvolvida em parceria com laboratório chinês.
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, foi enfático em dizer que o evento adverso grave em um dos voluntários da pesquisa da Coronavac não teve qualquer relação com a vacina.
Sonora: “Nós estamos tratando de um evento adverso grave, que não tem relação com a vacina. Repito: evento adverso grave que tem não relação com a vacina. Dia 6, a Anvisa recebeu o documento dizendo que um participante do estudo clínico teve um evento adverso grave não relacionado com a vacina. O que se espera disso? Ora, vamos avaliar, vamos reunir, vamos ver quais foram as causas desse evento.”
Por critérios éticos, Dimas Covas não deu mais detalhes sobre qual seria o efeito adverso, nem chegou a confirmar se o que ocorreu foi mesmo a morte do voluntário, como tem sido noticiado por alguns veículos de imprensa. Também não foi confirmado se o voluntário tomou a vacina ou o placebo.
Ao anunciar a suspensão do estudo no Brasil, a Anvisa também não especificou qual foi o evento adverso. Mas a forma como a decisão foi tomada pela agência foi muito criticada pelo presidente do Instituto Butantan.
Sonora: “Suspender um estudo clínico. Causar medo nas pessoas. Fomentar um ambiente já que não é muito propício ao fato da vacina ter associação com a China. A troco de quê?”
Dimas Covas reiterou um apelo para que os voluntários da pesquisa não abandonem o estudo. Para ele, a avaliação sobre a ocorrência poderia ter sido resolvida administrativamente.
A suspensão foi anunciada horas depois que o governador de São Paulo, João Dória, anunciou a chegada das primeiras doses da Coronavac ao Brasil ainda neste mês.
Nas redes sociais, Dória lembrou que a Anvisa é um órgão técnico e disse acreditar que os estudos devem ser retomados muito em breve.
Testes em estágio final para a vacina Coronavac também estão sendo conduzidos na Indonésia e na Turquia, mas nenhum desses países anunciou a suspensão dos estudos até agora.
Em nota, o laboratório chinês Sinovac disse que está em contato com o Instituto Butantan, salientou que os testes da vacina seguem todos os protocolos de pesquisa clínica e disse ainda que confia na segurança da Coronavac.