Órgãos apontam falhas na transferência de pacientes do AM para o RJ
Um ofício assinado pelos ministérios públicos Federal e do Rio de Janeiro e pelas defensorias públicas do Estado e da União alertam o Ministério da Saúde para suposta falta de planejamento na transferência de pacientes de Manaus para o Rio.
Segundo o ofício, alguns pacientes apresentaram agravamento do quadro de saúde no decorrer da transferência. Também há indícios de falhas nas condições de transporte e até a ocorrência de um óbito 24 horas após a chegada no estado.
O documento aponta indícios de que as transferências realizadas não foram comunicadas a tempo de preparar a estrutura nos estados para receber os pacientes. Além de falhas na construção dos processos de trabalho, dos protocolos de regulação junto às autoridades sanitárias locais e de comunicação com as famílias das pessoas transferidas.
O documento cita ainda a falta de preparação. Quatro pacientes que foram levados para o Hospital Federal do Andaraí precisaram ser removidos para leitos de terapia intensiva de unidade estadual, sem planejamento prévio, comprometendo, segundo as autoridades, a assistência prestada.
O caso mais grave apontado pelo relatório técnico foi de um paciente que chegou ao Hospital Federal dos Servidores com quadro de “dessaturação importante”, “bala de oxigênio do transporte quase vazia” e foi internado na ala da enfermaria para pessoas sem Covid. Somente após cerca de 15 minutos ele teria sido direcionado a um leito adequado em uma unidade estadual, mas, devido à gravidade do quadro, evoluiu a óbito em 24 horas da sua chegada no estado.
No ofício, os órgãos encaminham diversos documentos para conhecimento, apuração e adoção das medidas cabíveis por parte da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde.
A reportagem procurou o Ministério da Saúde, mas até o fechamento da matéria não houve resposta.