O novo Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19 confirmou o aumento no número de casos e óbitos entre pacientes jovens, como já vinham mostrando as edições anteriores. O estudo apresenta um painel do cenário da doença no país, comparando duas semanas epidemiológicas, no período de 4 a 17 de abril.
No novo levantamento, as infecções e óbitos pelo coronavírus por faixa etária sinalizam que o aumento diferencial por idades continua. A parcela mais jovens, entre 20 a 29 anos, foi a que registrou maior aumento de letalidade da covid: mais de 1.000%. Já na faixa de 40 a 49 anos chama atenção o crescimento nos registros de casos.
O pesquisador do Observatório Fiocruz Covid -19, Raphael Guimarães, responsável pelo estudo, avalia que esse "rejuvenescimento" da Pandemia no país é preocupante e afirma que isso pode estar ocorrendo devido a uma maior exposição dos jovens.
Segundo a investigação da Fiocruz, os números também sugerem que a ocupação dos leitos de UTI por população mais jovem tem crescido. Na comparação das semanas analisadas, a proporção de pacientes com menos de 70 anos em leitos de terapia intensiva saltou de 52,74 para 72,11%.
O pesquisador Raphael Guimarães acrescenta que a vacinação da faixa etária mais idosa também pode explicar esses números.
Nas semanas epidemiológicas analisadas, o estudo aponta que quase todos os estados apresentaram estabilidade dos indicadores, com exceção de Roraima, onde foi verificada nova alta tanto de casos quanto de óbitos.Já no Amapá houve uma pequena redução no número de casos.
Apesar da estabilização das infecções e óbitos pela doença, o estudo aponta a formação de um novo patamar de transmissão, com valores altos de incidência e mortalidade.
Se em meados de 2020 o patamar foi marcado por uma taxa de mil mortes diárias, nas próximas semanas este valor pode permanecer em torno de três mil óbitos, destaca o Boletim.
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Print Paulo Pinto/Agência Brasil"
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