O aparecimento dos casos do fungo Candida auris, o chamado superfungo, em Pernambuco, colocou as autoridades sanitárias do país em alerta. Isso porque o microrganismo tem uma alta taxa de letalidade e é resistente a antifúngicos e outros medicamentos.
Porém, ao contrário das doenças virais, o fungo não é transmissível de pessoa para pessoa, nem por vias respiratórias, sendo restrito geralmente ao ambiente hospitalar e se instalando, principalmente, em pacientes que passaram por procedimentos muito invasivos, segundo explica o médico infectologista Filipe Proshaka.
Os casos registrados na semana passada em Pernambuco já configuram o terceiro surto do Candida auris no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Houve um primeiro surto na Bahia em 2020, com 15 casos e duas mortes, e um segundo surto, também na Bahia, em dezembro do ano passado.
Segundo a Anvisa, a definição de surto não se restringe apenas a uma grande quantidade de casos, mas também ao surgimento de um novo microrganismo contagioso.
O membro da Sociedade Brasileira de Infectologia Filipe Proshaka ressaltou ainda que não há uma fórmula pronta para se erradicar o fungo de determinado local, sendo necessário também investigar a situação de mais hospitais.
O Cândida auris pode permanecer no ambiente por longos períodos, até por meses, e resiste a diversos tipos de desinfetantes. Ainda de acordo com a Anvisa, o hospital de Pernambuco onde o fungo foi identificado já adotou as medidas para conter o surto.