Adiado devido à pandemia e, depois, por falta de orçamento, o censo de 2020 já tem data marcada e vai ser feito em 2022. A partir de 1º de agosto, recenseadores do IBGE visitarão 78 milhões de lares brasileiros para aplicarem os questionários básicos do Censo Demográfico 2022. No entanto, famílias de cerca de 8 milhões de domicílios serão perguntadas também sobre o questionário de amostra, com 77 questões. Pela primeira vez, o autismo vai entrar no radar das estatísticas como forma de mapear quantas pessoas vivem com o transtorno e quantas podem ter, mas ainda não tiveram diagnóstico.
Gisele Montenegro, presidente da Associação de Amigos do Autista, é mãe de um autista severo, que tem 30 anos. Segundo ela, o estado não tem informações sobre quantos são os autistas no Brasil e de que forma estão distribuídos. Por isso, defende perguntas importantes no censo de 2022.
Segundo Gisele, um panorama sobre o autismo na população brasileira poderia ajudar na elaboração de políticas públicas. Ela conta que a falta dessas iniciativas voltadas para autistas e famílias de pessoas do espectro autista passa a sensação de abandono.
Gisele Montenegro ainda defende o cumprimento de leis que estabelecem a criação de centros de referência, que funcionem como creches. No Brasil, estima-se que existem 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas esse número é incerto e precisa ser oficializado pelo estado. Para isso foi sancionada, em 2019, a Lei 13.861 que obriga o IBGE a perguntar sobre o autismo no censo populacional. Com isso, é possível saber quantas pessoas no Brasil apresentam o transtorno e como os diagnósticos estão distribuídos pelas regiões brasileiras.
Durante três meses, os recenseadores estarão em todas as cidades do país e baterão de porta em porta, uniformizados com boné e colete azuis identificados com o nome do IBGE. Importante observar o crachá de identificação, com foto e número da matrícula do entrevistador.