Medo, insegurança e até desespero. Foram esses os sentimentos que Maria Luiza experimentou quando tinha apenas 15 anos e descobriu que estava grávida. Ela conta que o apoio da família foi fundamental e que depois do susto, as coisas foram se ajeitando.
De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), mais de 19 mil meninas com idade entre dez e 14 anos engravidaram em 2019. Para adolescentes na faixa etária de 15 a 19, o número é ainda maior: 390 mil. E justamente pensando em reduzir esses números é que o governo federal lançou nesta terça-feira (1º) a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, uma iniciativa do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
A ideia é, além de diminuir a incidência da gestação precoce, reduzir os índices de infecções sexualmente transmissíveis. Luciana Dantas, diretora do Departamento de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente do ministério, explica que as consequências da gravidez na adolescência não são só físicas e emocionais: ela compromete também os estudos e prejudica o ingresso no mercado de trabalho.
A médica e integrante da Sociedade Brasileira de Pediatria, Darci Vieira, explica que é muito importante conscientizar os adolescentes do sexo masculino sobre a responsabilidade em caso de gravidez na adolescência.
Ainda de acordo com dados do SUS, os índices de gravidez na adolescência no Brasil têm reduzido nos últimos anos, mas o país continua tendo um dos piores da América Latina.