Os sentimentos viram uma roda gigante. Tristeza, alegria, ansiedade, depressão, pensamentos acelerados... A vida do paulista Marcelo Ramponi foi marcada por momentos de instabilidade durante anos. Até quando ele passou por uma depressão severa e a família o levou ao psiquiatra. O diagnóstico: transtorno bipolar. Uma doença crônica caracterizada por alterações de humor, com episódios de mania ou euforia e depressão, que atinge até 2,4% da população mundial.
Marcelo conta que hoje, após sete anos de tratamento que inclui remédios e psicoterapia, ele leva uma vida completamente normal.
E no dia 30 de março é celebrado o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. A data foi criada em homenagem ao aniversário do pintor Vincent Van Gogh, diagnosticado como possível portador da doença.
A psicóloga Cynthia Boscoviti explica que conscientizar as pessoas de que essa condição é uma doença que precisa de tratamento é o primeiro passo para a estabilização dos sintomas. Ela destaca que o transtorno bipolar precisa ser tratado para o resto da vida, com medicação e apoio psicológico. Há estudos que demonstram que o paciente pode levar até 14 anos para receber o diagnóstico correto e iniciar o tratamento. Isso tudo prolonga o sofrimento da pessoa e da família.
Cynthia explicou que é muito importante o paciente conhecer seu corpo, seu humor e aprender a identificar os gatilhos que levam às recaídas.
O transtorno bipolar é uma das doenças psiquiátricas com maior índice de suicídios, ao lado da depressão. Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, de 30 a 50% dos pacientes com o diagnóstico tentam o suicídio, sendo que cerca de 15% cometem o ato.