Estudo da Fundação Oswaldo Cruz mostra que, apesar de não ser frequente, mamíferos que vivem na natureza podem transmitir doenças para os seres humanos. É o chamado transbordamento.
Este estudo revela que dezenas de espécies de mamíferos, que são frequentemente caçados ilegalmente no Brasil, tem potencial de causar no mínimo 76 diferentes doenças.
O contágio por infecções de origem animal acontece por meio de um fenômeno chamado de “transbordamento”, quando infecções de algum grupo animal começam a ocorrer em outras espécies, incluindo humanos.
O diretor-substituto de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Laurício Monteiro Cruz, conta quais as principais doenças podem ser transmitidas de animais silvestres para animais domésticos e daí para as pessoas.
“As doenças de grande importância seriam raiva, leishmaniose, mas nesse caso a infecção é feita pelo vetor que transmite. Que esse vetor se infecta e transmite para o ser humano. Esporotricose também é outra doença muito importante e aí equivale então gatos e outros animais.”
Laurício explica que apesar dos animais silvestres serem possíveis vetores de doenças, nenhuma espécie deve ser abatida pela população.
“A população não precisa tomar qualquer uma atitude de eliminar qualquer espécie de animal, nem morcego, nem macaco. Entenda que o morcego e o macaco eles são importantes no monitoramento da doença no ser humano. Eles são na verdade anjos da guarda da saúde pública. Então existe um órgão que trabalha especificamente para identificar agentes nestes animais de modo que possa prevenir a saúde humana.”
Nesta semana, a Secretaria de Saúde do DF confirmou o primeiro caso de raiva humana no Distrito Federal desde 1978. O jovem foi infectado por conta do arranhão de um gato em maio. Após a confirmação do caso de raiva humana, a campanha de vacinação antirrábica em cães e gatos foi antecipada.
*Com supervisão de Roberto Piza