Depois de 12 anos sem nenhum óbito, o Distrito Federal registrou uma morte por raiva humana. Um adolescente do sexo masculino que havia contraído a doença não resistiu e morreu nesse sábado. Ele estava internado em um hospital da rede particular, desde o dia 20 de junho.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que todas as medidas necessárias de investigação epidemiológica, controle e profilaxia foram tomadas junto aos familiares, contatos próximos e profissionais de saúde.
A raiva é uma doença causada por vírus, que pode acometer diversos mamíferos, mas as principais espécies envolvidas no ciclo da doença são cães, gatos, morcegos, raposa, cachorro-do-mato e saguis. Ela é transmitida ao homem através da saliva de animais infectados, principalmente por meio de mordida, arranhão ou lambida.
A doença é quase sempre fatal e se caracteriza por uma encefalite progressiva que é a inflamação do cérebro.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 45 casos em todo o país desde 2010. Houve apenas duas curas. No Distrito Federal, não havia nenhum caso contabilizado nos últimos 12 anos.
A melhor forma de evitar a doença é a vacinação anual de cães e gatos. E essa ação tem sido bastante eficaz: em 1999, o país registrou 1.200 cães com diagnóstico positivo. Em 2020, foram apenas 11. A meta é manter ao menos 80% da população canina vacinada. Nos últimos dois anos, no entanto, a cobertura diminuiu já que alguns estados e municípios suspenderam as campanhas de imunização dos animais em decorrência da pandemia de covid-19.
Outra medida importante é o bloqueio de foco: sempre que houver uma suspeita de caso, deve-se vacinar, em até 72 horas, todos os cães e gatos em um raio de pelo menos 5 quilômetros.
Há ainda medidas de profilaxia pré-exposição que consistem basicamente em vacinar grupos mais expostos. Entre eles estão veterinários, estudantes de veterinária, pessoas que desenvolvem pesquisa ou trabalho envolvendo captura ou manejo de mamíferos, espeleólogos, guias de ecoturismo e outros profissionais que possuem atividades em áreas de risco.