Os estudos clínicos em seres humanos da primeira vacina contra a covid-19, desenvolvida com tecnologia e insumos totalmente nacionais, começaram nesta sexta-feira (25).
É a SpiN-Tec MCTI UFMG. Financiada por instituições brasileiras, ela foi desenvolvida no Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz do estado. Também foram investidos nos estudos, cerca de R$ 16 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação.
Para Flávio Guimarães da Fonseca, que faz parte do Comitê Gestor do grupo de vacinas da universidade, o início desses testes é um divisor de águas para ciência brasileira e muda a forma de encarar novos desafios na área de saúde.
Já o ministro Paulo Alvin destacou que, além de proteção aos brasileiros, essa nova vacina traz emprego e renda para o país.
Até o início dos ensaios clínicos, a SpiN-Tec MCTI UFMG passou por várias fases, incluindo testes pré-clínicos, realizados em laboratório e em animais, que confirmaram a eficácia e a segurança do imunizante. Os resultados foram publicados na revista Nature em agosto deste ano.
Agora, os testes serão realizados em três fases. Após a conclusão das fases 1 e 2, são enviados relatórios para a Anvisa, além da solicitação de autorização para a terceira e última etapa dos testes, que reunirá de quatro a cinco mil voluntários de várias partes do Brasil.
O CTVacinas abriu cadastro, no dia 17 de novembro, para quem deseja participar, como voluntário, das fases 1 e 2 dos testes clínicos da nova vacina. Em menos de dez dias, mais de mil pessoas se inscreveram para a triagem. A Anvisa já havia autorizado a realização dos testes clínicos em outubro e as pesquisas foram iniciadas em novembro de 2020.