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Saúde

Paciente que lutava contra câncer é curado com terapia inovadora em SP

Remissão da doença ocorreu com apenas um mês de tratamento
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Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional
30/05/2023 - 18:40
São Paulo

Totalmente curado do câncer. Esse foi o resultado do laudo recebido por Paulo Peregrino, de 61 anos, que teve alta hospitalar no último domingo (28), no Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele lutava contra o câncer havia 13 anos e estava prestes a receber cuidados paliativos, aqueles em que o paciente recebe medicamentos para sofrer menos, quando não há mais chance de cura. Mas, em abril, Paulo foi submetido a um tratamento e, depois de apenas um mês, não havia mais sinais do tumor no organismo dele. 

Paulo é um dos 14 pacientes brasileiros submetidos um tratamento inovador, realizado pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Butantã. 

Trata-se da terapia celular CAR-T Cell, que utiliza células do sistema imunológico do paciente, responsáveis por combater células infectadas. No tratamento, as células de defesa são retiradas do organismo, ativadas e depois reinseridas no paciente, onde voltam com mais força para eliminar as células do tumor. O processo todo dura em torno de 60 dias. 

Por enquanto, esse método obteve bons resultados, mas ainda não é utilizado para todos os tipos de cânceres. O coordenador do Centro de Terapia Celular da USP, Dimas Covas, comenta.

O próximo passo é a criação de duas unidades de terapia celular: uma em Ribeirão Preto e outra em São Paulo – e assim, conseguir atender até 300 pacientes por ano. Fora do Brasil, o tratamento custa cerca de R$ 1 milhão por paciente, cerca de R$ 5 milhões. 

O tratamento de Paulo Peregrino e os outros pacientes brasileiros foi possível com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

O tratamento Car-T Cell surgiu nos Estados Unidos, em 2010, e é aplicado experimentalmente em pacientes de câncer terminal. Com os resultados positivos, a FDA, agência regulatória norte-americana, aprovou a terapia em 2017. No ano seguinte, os descobridores James P. Allison e Tasuku Honjo receberam o prêmio Nobel de Medicina. 

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