Um estudo mostra que a vacina contra chikungunya, desenvolvida pelo Butantan e uma empresa francesa, é segura e protege em 99% dos casos.
O ensaio clínico da vacina contra a chikungunya, desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan e a empresa de biotecnologia francesa Valneva, apresentou segurança e alta imunidade em quase 100% dos voluntários, que receberam apenas uma dose.
Esse resultado, referente à fase 3 dos testes, foi publicado na última edição da revista científica britânica The Lancet.
O imunizante testado é o único no mundo contra a chikungunya, e envolveu 43 centros de pesquisa dos Estados Unidos e mais de 4 mil participantes adultos e idosos.
Além da eficácia, a vacina foi bem tolerada por todos os testados, com poucos relatos de efeitos colaterais leves, como dor de cabeça, dor muscular e cansaço.
O vírus que causa a doença é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, e circula em mais de 110 países. No Brasil, só este ano, já foram registrados 118 mil casos prováveis, de acordo com o Ministério da Saúde.
A infectologista do Instituto Emílio Ribas, Ana Paula Veiga, uma das coordenadoras da vacina, explica porque a chikungunya é uma doença que precisa atenção.
Segundo a OPAS, Organização Pan-Americana da Saúde, vacinas da dengue e chikungunya feitas pelo Butantan podem diminuir surtos das doenças nas Américas.
A vacina contra chikungunya deve estar disponível no Brasil a partir de 2024.