Quatro milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda ser proibida.
E a grande maioria são jovens. Um em cada quatro, entre 18 e 24 anos, já utilizou pelo menos uma vez o conhecido “vape”.
Os dados são da pesquisa Covitel 2023 feita no primeiro trimestre deste ano por telefone com pessoas acima de 18 anos.
O estudo aponta aumento em relação ao mesmo período de 2022, quando um em cada cinco jovens admitiu ter usado ao menos uma vez o dispositivo.
O aparelho possui uma variedade de sabores e formatos, como caneta ou pen drive, e vem se tornando cada vez mais popular no país.
O empresário Dirceu Buzin, de 35 anos, usa o eletrônico há dois anos.
A pesquisa mostrou um perfil de jovens, curiosos, influenciados por redes sociais e com fácil acesso ao produto.
Mas toda essa popularidade preocupa estudiosos, que temem danos à saúde e o estímulo à dependência de nicotina.
É o que explica o professor da Universidade Federal de Pelotas Fernando César Wehrmeister.
A curiosidade ou influência de amigos foi apontada por 20% dos usuários como fator principal para usar ou experimentar o cigarro eletrônico, além do gosto e sabor diferenciados.
Esse número, segundo os pesquisadores, é considerado preocupante.
A gerente sênior de Doenças Crônicas da Vital Strategies, Luciana Sardinha Vidal, afirma que essa é uma das estratégias da indústria para vender mais, uma vez que vem caindo o número de fumantes do cigarro comum.
Com venda proibida, o produto é comercializado ilegalmente. Os locais de compra são principalmente lojas, bares, internet e até importações ilegais.