A Anvisa decide nesta sexta-feira se mantém a proibição da venda, fabricação, importação e propaganda de cigarros eletrônicos, os vapes. Isso tudo já está proibido desde 2009 e no ano passado, a diretoria colegiada da Anvisa aprovou um relatório falando sobre a necessidade de se manter essa proibição e recomendando medidas adicionais para coibir a venda irregular, além da necessidade de fiscalização e campanhas educativas.
É que esses vapes tem aquele cheirinho, a essência e passam a falsa impressão de que fazem menos mal à saúde. Mas olha só, a Associação Médica Brasileira alerta que esses cigarros eletrônicos têm sim nicotina, nicotina líquida, com forte poder aditivo, além de solventes e substâncias que deixam o gosto e o aroma mais fácil, mas foram identificadas nesses produtos muitas substâncias tóxicas e cancerígenas.
Ainda no ano passado, a Anvisa também abriu uma consulta pública para discutir o assunto com a sociedade. E os resultados mostraram o seguinte: das quase 14 mil pessoas que responderam, 8100 têm outra opinião e 5200 são a favor. Desse total, 1216 são profissionais de saúde, sendo mais de 60% deles são favoráveis à manutenção da proibição.
Por outro lado, a indústria tabagística fez uma campanha contra a proibição alegando que mais de dois milhões de brasileiros usam cigarros eletrônicos, mesmo sendo irregulares. Um em cada 5 jovens já usou e que é preciso regulamentar alternativas ao cigarro tradicional além de impedir o comércio de produtos de má qualidade.
Entre os problemas de saúde que os vapes provocam segundo especialistas está o aumento da rigidez arterial o que pode ser um risco para infarto da mesma forma que os cigarros tradicionais. Se mostrou, inclusive, cancerígeno para pulmão e bexiga. Ou seja, de inofensivo não tem nada. Mas de popular tem muito. Uma pesquisa feita pelo IBGE em 2019 mostra que mais de 16% dos estudantes entre 13 e 17 anos já experimentaram cigarro eletrônico.