Sem glúten: doença celíaca exige mudança rigorosa na dieta
16 de maio é o dia mundial de conscientização sobre a doença celíaca, enfermidade autoimune causada pela intolerância ao glúten, presente no trigo, cevada, centeio e até na aveia.
A data escolhida é a mesma do nascimento de Samuel Gee, primeiro pesquisador a reconhecer que os sintomas da doença celíaca estavam relacionados à dieta. A iniciativa faz parte do ‘Maio Verde’, que tem como objetivo divulgar a importância do diagnóstico precoce.
Os sintomas da doença celíaca são dor de barriga, inchaço, dor de cabeça, irritação, anemia, além de outros menos evidentes, como explica o nutricionista Ricardo França.
“Pessoas que tem uma perda de peso acentuada e recente, é importante acompanhar se é o intestino que não está conseguindo absorver corretamente. No caso das crianças, deve-se observar o ganho de peso e se a curva de crescimento está abaixo do ideal”.
Esse foi o motivo que levou o funcionário público Bruno Bazoli a descobrir, há nove meses, que a filha Luiza tem intolerância ao glúten. Ele conta que, por insistência da esposa, resolveram investigar porque a filha era menor que outras crianças. Desde que começou com a nova dieta, a garota já cresceu oito centímetros. Apesar do baque, ele avalia que a sua filha lidou bem com a situação.
“É inacreditável a forma como ela lidou. Muito madura, consciente e positiva. Em nenhum momento ela aparenta estar triste. Ela está sempre feliz, mesmo em situações como uma festa infantil, onde não tem nada pra ela, não demonstra tristeza”.
Bruno conta que a família toda abraçou a causa e aproveitou para reformular seus hábitos alimentares.
“Numa festa infantil, por exemplo, a gente leva os salgadinhos próprios para ela, docinhos próprios. Tudo que tem glúten a gente tirou. A família inteira está se adaptando a esse novo cardápio. A gente acaba comendo até melhor. O impacto que causou nos fez comer mais saudável e está se refletindo na nossa saúde”.
A doença celíaca não tem cura. Para confirmar o diagnóstico, o paciente precisa procurar um gastroenterologista e fazer exames específicos. Após diagnosticada, é preciso eliminar o glúten da dieta.
A estudante do sétimo ano do ensino fundamental Luiza Bazoli, de 12 anos, conta que já se acostumou e que gosta dos alimentos sem glúten.
“Me acostumei tanto que nem lembro muito. Todo dia eu comia bisnaguinha e agora estou mudando. Agora como açaí, tapioca, crepioca, então eu preferi, tem mais variedade. Sinto saudade de comer alguns alimentos, como pão, mas já dá pra substituir por coisas sem glúten. Eu não sinto tanta saudade, só do pão que eu sinto um pouco”.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a condição celíaca acomete 1 a 2% da população mundial. No Brasil, segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil, estima que 2 milhões de pessoas sejam celíacas.