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Saúde

Falta de saneamento adequado sobrecarrega sistema de saúde

Foram mais de 340 mil internações e 11,5 mil mortes em 2024
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Solimar Luz - Repórter da Rádio Nacional
19/03/2025 - 11:52
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 - Rio Faria-Timbó, na comunidade de Manguinhos, zona norte da cidade. Um esgoto a céu aberto. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

A falta de saneamento básico adequado gerou mais de 340 mil internações e nada menos que 11.500 mortes no Brasil, em 2024. Os dados são da pesquisa “Saneamento é saúde”, divulgada nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Trata Brasil.

A presidente-executiva do Instituto, Luana Pretto, destaca que a universalização do saneamento básico no país reduziria em mais de 86 mil o número de internações por doenças como dengue, hepatite, malária e leptospirose.

Apesar de não ser a única causa, essas doenças estão relacionadas à falta de serviços, como abastecimento de água tratada, coleta de esgoto e lixo, limpeza urbana e destinação adequada do lixo. Isso porque, essas doenças são resultado da infecção por bactérias, picada de insetos, ou parasitas transmitidos para outras pessoas pelo consumo de água não tratada e alimentos contaminados.

"Em 2024, gastamos R$174 milhões com internações associadas a doenças evitáveis, ou seja, doenças relacionadas a falta dessa infraestrutura".

Crianças e idosos são os que costumam adoecer com mais gravidade, aponta o estudo. Luana destaca os prejuízos neurológicos gerados por algumas doenças e que podem comprometer o futuro dessas crianças.

"Isso vai prejudicar o desenvolvimento físico, intelectual e neurológico das crianças, que muitas vezes não vão conseguir atingir a sua plena capacidade por conta dessas doenças. Chegamos a conclusão também que há uma maior incidência em pardos amarelos e indígenas. Também avaliamos que com a universalização plena do saneamento básico, nós poderíamos reduzir em 69% essa taxa de internação dessas doenças".

 A situação em algumas regiões é mais preocupante. O número de internações no Centro-Oeste foi o maior do Brasil, por causa do surto de dengue.

O estudo também apresenta um recorte por etnia, mostrando que a taxa de óbitos entre os indígenas foi quatro vezes superior à da população em geral. Já o número de internações, mais de 60% foi entre pardos e pretos.

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