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Saúde

Cobertura vacinal infantil segue abaixo da meta no país

Abandono vacinal é uma das principais causas do problema
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Nathalia Maciel - estagiária da Rádio Nacional*
18/06/2025 - 21:51
Brasília
Brasília (DF) 15/04/2025 A Secretaria de Saúde do DF promove um dia de vacinação infantil  na Creche Sempre Viva, na cidade satélite de Ceilândia, DF  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Mesmo com avanço na cobertura vacinal após a pandemia de covid-19, a proteção ainda não alcançou todas as crianças brasileiras. De acordo com o Anuário VacinaBR 2025, nenhuma das vacinas do calendário infantil bateu a meta de cobertura estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) em todos os estados em 2023.

Vacinas essenciais para crianças

O levantamento produzido pelo Instituto Questão de Ciência, com apoio da Sociedade Brasileira de Imunizações e do Unicef revela que apenas 32% dos mais de 5.570 municípios do país atingiram a meta de cobertura para as vacinas pentavalente, poliomielite, pneumo-10 e tríplice viral, consideradas essenciais para a proteção da saúde infantil.

O Ceará lidera com 59% das cidades imunizando adequadamente o público-alvo. No outro extremo, o Acre registrou apenas 5% de municípios de cobertura vacinal. A vacina BCG, aplicada em recém-nascidos ainda na maternidade, alcançou a meta de cobertura em apenas oito unidades federativas.

Espírito Santo é destaque negativo

Em 11 estados, a taxa ficou abaixo de 80%, com destaque negativo para o Espírito Santo, onde apenas 58% dos bebês foram vacinados. Ainda assim, alguns municípios conseguiram atingir 100% do público-alvo.

No caso da vacina contra a febre amarela, mesmo com a ampliação da recomendação em todo o território nacional, ainda há registros de óbitos em áreas específicas, o que reforça a urgência em manter e intensificar as ações de vacinação e vigilância epidemiológica.

Abandono vacinal contribui para o índice

Entre os principais obstáculos para alcançar as metas está o abandono vacinal, especialmente em imunizantes que exigem mais de uma dose – como o da tríplice viral –, que engloba a de sarampo, caxumba e rubéola. A interrupção do esquema vacinal pode comprometer a eficácia da imunização e aumenta o risco de outras doenças já controladas.

As taxas de abandono, quando a pessoa recebe apenas primeira dose, mas não completa o esquema vacinal, continuam estáveis desde 2018.

*Com supervisão de Fabiana Sampaio, da Rádio Nacional

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