Delegacia de Crimes Cibernéticos do DF prende suspeitos de ameaças de morte a juízes e promotores
Dois homens foram presos na manhã desta quinta-feira (21) no Distrito Federal, acusados de ameaçar de morte autoridades do Legislativo, do Executivo e do Judiciário.
A operação foi realizada pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil, em parceria com o Núcleo Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos do MPDFT – o Ministério Público do DF e Territórios.
Os suspeitos foram surpreendidos por investigadores no residencial Lake Side, um condomínio de luxo na região do Lago Paranoá, em Brasília. Eles foram encontrados graças ao rastreamento dos e-mails disparados a promotores e juízes do TJDFT - Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
As mensagens enviadas pelo grupo dizem que "o país chegou a um ponto em que não é possível resolver os problemas através da razão e do bom-senso". E faz uma convocação para que a população mate, em legítima defesa, agentes como políticos, juízes, promotores, amigos, familiares e o que eles chamaram de demônios de toda a sorte.
Agora, a polícia trabalha para identificar os integrantes desse grupo e quem estaria bancando essas ações, como detalhou o delegado à frente da operação, Giancarlos Zuliani.
Sonora: “O que a gente percebe é o seguinte. Essas pessoas são financiadas. Elas moram num local com aluguel muito caro, têm bons veículos. Têm combustível, rodam o dia inteiro divulgando esse material antidemocrático. E não têm nenhum tipo de fonte renda, ou que possa manter esse um padrão de vida nesse local.”
Entre os itens apreendidos no local estão cartilhas, cartazes com o nome "Comando de Intervenção" e um pendrive etiquetado com a frase "matar juízes. matar todos". Também foram retidas as listas com os endereços de e-mail dos juízes que receberam as ameaças.
O promotor e coordenador do núcleo especial de combate aos crimes cibernéticos do Ministério, Leonardo Otreira, detalha que a ameaça não teve um critério de seleção das vítimas.
Sonora: “As ameaças de e-mail foram enviadas indistintamente para membros do Ministério Público e da magistratura. E tinham esse conteúdo ameaçador, indicando que a solução seria matar juízes e promotores para implementar esse regime que eles entendiam como o que deveria acontecer no Brasil.”
Um dos apreendidos é Rodrigo Ferreira, de 40 anos. O outro, identificado como Célio Evangelista Ferreira de Nascimento, de 79 anos, mantém uma página na internet em que se autointitula como presidente constituinte do Brasil.
Nessa página, é possível acessar um documento que dá instruções sobre quem deve ser assassinado e coloca também no rol das vítimas - médicos, policiais militares e federais que usam máscaras e até o presidente Jair Bolsonaro.
Os suspeitos foram presos em flagrante e devem responder pelo crime de utilização indevida de selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. A pena é de dois a seis anos de reclusão e multa. A possibilidade de alterar a tipificação do crime para ameaça à segurança nacional não foi descartada e dependerá do andamento das investigações.






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