A força-tarefa especial de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes realizou nesta quarta-feira (25) uma operação para o cumprimento de pelo menos 225 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A operação realizada pela Polícia Federal e pela Polícia Civil de São Paulo mirou acusados de utilizar a deep web (área da internet que não pode ser acessada por buscadores comuns, como o Google) para a prática de crimes relacionados à exploração sexual de menores. Durante o cumprimento dos mandados, cerca de 40 pessoas foram presas em flagrante. A operação acabou se desdobrando também em ações no Espírito Santo. A Polícia Federal afirmou que ainda está contabilizando as prisões e apreensões.
Segundo a delegada da Polícia Federal Paula Mary, as investigações apontam que alguns acusados teriam também praticado estupro.
A operação foi chamada de Black Dolphin, em referência à penitenciária russa de mesmo nome conhecida pelo rigor no tratamento dos detentos. A referência veio dos próprios investigados que, segundo a polícia, zombavam das leis brasileiras e diziam que apenas uma prisão como a Black Dolphin poderia detê-los.
A delegada destacou que a quadrilha tem vasto conhecimento tecnológico, mas que a polícia tem instrumentos para detectar os crimes mesmo sendo praticados na deep web.
Segundo a Polícia Federal, as investigações vão continuar para detectar outros crimes como o tráfico internacional de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual, inclusive em cooperação com as forças policiais de outros países, e também para identificar as vítimas desses criminosos.