A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu o inquérito sobre a morte do menino Henry Borel e indiciou a mãe dele Monique Medeiros, e o padrasto da criança, vereador Jairo Souza Santos Junior, mais conhecido como Dr. Jairinho. Ambos foram enquadrados no crime de homicídio duplamente qualificado por emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima.
Além disso, Jairinho foi indiciado duas vezes por tortura e Monique uma vez, por causa de agressões anteriores contra Henry. Em um desses episódios, Monique foi avisada pela babá que ele estava apanhando do padrasto. O menino foi inclusive levado a um hospital no dia seguinte, onde a mãe alegou que Henry tinha sofrido uma queda. Por conta desse caso, mesmo sem ter participado da agressão, ela foi indiciada por omissão.
Já na noite em que Henry foi assassinado, o delegado Henrique Damasceno, responsável pelo inquérito, diz que é impossível determinar a dinâmica exata ou a participação de cada um. No entanto, não há dúvidas para a polícia de que ambos são culpados do crime. Henry morreu por causa de uma laceração no fígado, causada por ferimento contundente, incompatível com um acidente doméstico, como foi alegado pelo casal.
Damasceno afirmou ainda que não há indício de que Monique tenha sido dopada, e portanto não tenha percebido que Henry estava sendo torturado. O delegado também descartou a hipótese de que ela tenha ignorado as agressões que o menino sofria por medo ou coação, e acobertado o assassinato, apesar de admitir que há relatos de uma relação conturbada entre eles.
Jairo e Monique estão presos temporariamente desde o dia 8 de abril, e com a entrega do inquérito, a polícia também pediu a conversão para prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.
A defesa do vereador declarou que o inquérito foi concluído com rapidez excessiva, e que a pressão da opinião pública não pode interferir sob pena de cometimento de erro grave.
Já os advogados de Monique afirmaram que o inquérito tem erros investigativos, porque considera versões dadas por Monique sob coação, sem dar a ela o direito de modificar seu relato. De acordo com a defesa, Monique também é uma vítima de Jairinho e não uma coautora.