Os crimes de feminicídios, em boa parte dos casos, são o final da linha de uma escalada de violência sofrida pela vítima. E, com o objetivo de alertar para a existência desses atos, que também são criminosos, o Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher da Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou, nesta segunda-feira (08), o "Dia D" da Operação Stalking.
A ação, iniciada no dia 1º de agosto, em comemoração aos 16 anos da Lei Maria da Penha, teve o objetivo de combater crime de perseguição e violência psicológica, além de reforçar a importância das mulheres vítimas de violência estarem alertas a outros tipos de crimes, que antecedem o feminicídio.
Quatorze delegacias de atendimento à mulher participaram do “Dia D”, para cumprir 38 mandados de prisão em várias partes do estado.
Das 55 vítimas de feminicídios nesse primeiro semestre, apenas 18% tinham registros de ocorrências anteriores contra os seus agressores.
Durante coletiva de imprensa, a delegada Gabriela Von Beauvais, diretora do Departamento-Geral, alertou que a agressão física é muitas vezes o final de uma escalada que pode começar com a violência psicológica e perseguição, e que as mulheres precisam saber que é possível denunciar seus agressores por esses crimes.
A delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São Joao Meriti, na Baixada Fluminense, destacou que muitas vezes as vítimas de violência psicológica são manipuladas para se sentirem culpadas pelo que está ocorrendo na relação com seus companheiros.
Os crimes de Stalking, que significa perseguição, e o de violência psicológica foram incluídos no código penal no ano passado. De acordo com as autoridades, o dano psicológico pode ser provado de várias formas, entre elas, o uso de remédios controlados e relatórios médicos.
Os crimes de perseguição também podem ser comprovados por prova testemunhal, insistência de contatos, ligações excessivas.