Operação da PF mira fraude no sistema de controle de mercúrio do Ibama
Agentes da Polícia Federal (PF) realizaram uma operação nesta quinta-feira (1) para eliminar um esquema criminoso de fraudes no sistema de controle de importação e comércio de mercúrio metálico.
De acordo com a PF, essa foi a maior operação da história para desarticular o uso ilegal de mercúrio. Segundo as investigações, o esquema resultou em um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão.
A organização é acusada de crimes contra o meio ambiente e lavagem de dinheiro em pelo menos sete estados. Os crimes estão ligados ao contrabando de mercúrio para abastecer garimpos em Mato Grosso, Rondônia e Pará.
Nesta quinta, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 49 de busca em residências, empresas e áreas de mineração em Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia. Também foi determinado o bloqueio de bens correspondentes ao valor do prejuízo causado aos cofres públicos.
O sistema fraudado, o Cadastro Técnico Federal, é de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Além de colaborar com as investigações, o Ibama afirma que também está fiscalizando as áreas de mineração, com possibilidade de aplicação de multas, suspensão de atividades e embargos para pessoas físicas e jurídicas envolvidas com comércio de mercúrio, recicladoras de resíduos e mineradoras de ouro.
Os criminosos tinham um esquema de importação e reciclagem de resíduos, como lâmpadas e materiais odontológicos, obtendo, assim, o metal. Mais de duas toneladas de mercúrio teriam sido comercializadas ilegalmente, acobertadas por esse tipo de fraude.
Além do prejuízo financeiro, o descontrole sobre o mercúrio também pode contaminar rios e causar danos irreversíveis ao meio ambiente e à saúde de animais e humanos, inclusive no sistema nervoso central, levando à morte.