Para investigar a venda ilegal de itens de luxo presenteados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta sexta-feira (11), quatro mandados de busca e apreensão, em Brasília, São Paulo, Capital e Niterói, no Rio de Janeiro.
Os endereços estão ligados ao general do Exército Mauro Cesar Lorena Cid, pai de Mauro Cid, já preso; a outro ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente do Exército Osmar Crivelatti; e o advogado Frederick Wassef.
Segundo as investigações, o dinheiro obtido com a venda desses itens de luxo seria destinado ao patrimônio pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro, e nem foram depositados em banco. A Polícia Federal entende isso como uma intenção de “ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.
Mauro Cid, o filho, está preso desde o início de maio deste ano, por suposta atuação dele no grupo que teria falsificado certificados de vacinação contra covid-19 para a família Bolsonaro conseguir entrada nos Estados Unidos, na época em que o documento era obrigatório.
Um dos investigados do inquérito é o pai dele, Mauro César Lorena Cid, general do Exército, que ocupou cargo em Miami, nos Estados Unidos, na gestão de Jair Bolsonaro. A apuração da PF aponta que ele teria negociado joias e outros bens nos Estados Unidos. O valor era guardado na conta dele, no país e, por isso, a PF pediu um acordo de cooperação internacional para quebrar o sigilo dessa conta.
Os quatro mandados foram emitidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no inquérito que apura a atuação das chamadas “milícias digitais”.
O Ministro da Justiça, Flávio Dino, postou em rede social que estudos mostram a compra e venda de joias como “um caminho clássico de corrupção e lavagem de dinheiro”. Dino defendeu a importância de sempre investigar o assunto, quando há indícios de ilegalidades.
Por essas ações, os envolvidos são investigados por associação criminosa para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
A operação Lucas 12:2 é uma referência à passagem bíblica que diz “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
A reportagem procurou as defesas dos citados, mas não houve resposta até a publicação da notícia.