Policiais Federais realizam nesta terça-feira a Operação Perfídia, contra fraudes na compra de coletes balísticos pelo Gabinete de Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, ocorrida em 2018.
De acordo com a PF, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio, de São Paulo e Minas Gerais, além do Distrito Federal.
Estão sendo investigados os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa. O Tribunal de Contas da União identificou, segundo a PF, sobrepreço potencial de R$ 4,64 milhões em uma compra com valor total de US$ 9,45 milhões, o equivalente a R$ 40 milhões no câmbio da época.
De acordo com a PF, há indícios de conluio entre a empresa norte-americana CTU Security LLC e servidores públicos federais, que resultaram na dispensa de licitação e possível sobrepreço na compra dos equipamentos de segurança.
Entre os investigados está Braga Netto, ex-interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Em nota veiculada em redes sociais, Braga Netto reiterou que todos os contratos do gabinete seguiram a legislação brasileira e que o contrato com a CTU Security LLC foi suspenso, após a verificação de irregularidades, com devolução de todo o valor envolvido, incluindo variação cambial.
Também está em apuração o envolvimento de duas empresas brasileiras que atuam no comércio de proteção balística e que formam um cartel desse mercado no Brasil, com contratos públicos milionários.
O Gabinete de Intervenção Federal foi um órgão criado pelo governo federal para coordenar a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio, de fevereiro a dezembro de 2018. Além de ter o controle operacional das polícias estaduais, o gabinete fez diversas compras de equipamentos para essas instituições.