Restrições no espaço aéreo do Rio para a Olimpíada começam no dia 24
As restrições no espaço aéreo do Rio de Janeiro para a segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos começam a ser impostas no dia 24 deste mês, quando será aberta a Vila dos Atletas. O planejamento foi detalhado hoje (14) pela Força Aérea Brasileira (FAB). em entrevista coletiva. Serão usadas 80 aeronaves na operação, que envolve 15 mil militares.
No período de 24 de julho a 22 de agosto, entra em vigor a chamada Área Branca, que abrange grande parte do estado do Rio de Janeiro, de Angra dos Reis a Cabo Frio, e do Oceano Atlântico, até as proximidades da divisa com Minas Gerais. A restrição retorna no dia 7 de setembro, para os Jogos Paralímpicos, e vai até o dia 19 do mesmo mês.
Na Área Branca, não serão permitidos voos de treinamento, de instrução e turísticos, além de operações com paraquedas, parapentes, balões, dirígiveis, ultraleves, aeronaves experimentais, asas-delta, pulverização agrícola, reboque de faixas, aeromodelos, foguetes e veículos aéreos remotamente pilotados.
Em 3 de agosto, dia em que começam os jogos de futebol, será ativada a Área Amarela, que se estende até o dia 22 e abrange os mesmos dias dos Jogos Paralímpicos. A área inclui os aeroportos Santos Dumont e Galeão e engloba o território que vai de Niterói ao Grumari, na zona oeste do Rio, e de Nova Iguaçu ao Oceano Atlântico. Apenas aeronaves devidamente autorizadas poderão trafegar nestes locais.
A área mais restrita, a Vermelha, entrará em vigor nos momentos de competição, com 7,4 quilômetros de raio ao redor dos complexos esportivos. Para sobrevoá-la, será preciso ter autorização expressa do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) às Forças Armadas, órgãos de segurança pública, chefes de estado e autoridades públicas, aeronaves-ambulância e as usadas pela organização da competição.
Interceptações
Na região da Barra da Tijuca, a Área Vermelha será ativa 24 horas por dia para proteger a Vila dos Atletas. O Aeroporto de Jacarepaguá, que fica a uma milha e meia do Parque Olímpico, será usado apenas para operações de segurança. Veículos que descumprirem as restrições poderão ser interceptados por aeronaves da Força Aérea, que têm autorização inclusive para derrubar invasores que não obedeçam às ordens quando forem abordados.
"O grande papel da defesa aérea é identificar [o invasor] e colocar a aeronave em situação regular. Não há intenção da defesa aérea de chegar ao meio extremo", disse o chefe do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro, major brigadeiro do ar Mário Luis da Silva. A decisão de disparar contra uma aeronave foi delegada ao comandante da Aeronáutica pela Presidência da República.
O comandante destacou que a decisão de atirar é "muito difícil" também porque as competições ocorrem em áreas habitadas e urbanas, que podem sofrer os danos da queda de uma aeronave abatida. "Caso tenhamos que chegar a esse extremo, meios serão adotados para minimizar o dano colateral", disse o comandante Silva.
Cada vez mais populares na captação de imagens, os drones são um dos desafios da defesa do espaço aéreo, que comprou equipamentos capazes de causar interferência em seu sinal, para que sejam forçados a pousar. Problema frequente na cidade, os balões, serão combatidos com trabalho de superfície, para evitar que sejam soltos. A Aeronáutica também pede que a população tenha consciência do risco que esses artefatos representam para a segurança de todos.