Depois de dois W.O., Argélia estreia no goalball feminino quase eliminada
Uma das grandes polêmicas dos Jogos Paralímpicos está relacionada ao goalball feminino da Argélia. Depois de se atrasar por seis dias para chegar ao Brasil, a equipe luta para evitar a desclassificação precoce dentro e fora das quadras. Para isso, fazem a estreia hoje (12) precisando vencer o Japão para não acabarem matematicamente eliminadas e precisam provar que não boicotaram as partidas contra EUA e Israel na primeira semana de competições.
As duas missões são complicadas, mas a “menos difícil” parece ser a de fora das quadras. Os problemas da equipe começaram na Polônia. Depois de realizar uma fase de treinamentos em Varsóvia, a equipe iria pegar um voo para o país natal no dia 5 e depois para o Brasil. De acordo com a equipe, o voo foi perdido e as cinco atletas e dois técnicos “sofreram os piores problemas de transporte conhecidos pelo homem”.
Resultado: a viagem levou seis dias e o time chegou ao Brasil às 4h10 da manhã desse domingo (11). O atraso e as especulações de que houve um desejo das jogadoras de não enfrentarem Israel (país que é inimigo político da Argélia), irritou o Comitê Paralímpico Internacional (IPC). O porta-voz do IPC, Craig Spence, disse que serão abertas investigações: "Estou realmente irritado. Não se leva seis dias para vir ao Rio. Existem equipes de jogadores de goalball que não se classificaram para os jogos e que poderiam ter vindo aqui”, afirmou.
Spence disse que, de início, o time não será eliminado. “Estamos otimistas de que elas vão jogar seus jogos contra o Japão, na segunda-feira [hoje], e o Brasil, na terça-feira. Se as desclassificamos, é provável que o caso acabe na Corte de Arbitragem do Esporte (CAS)”, completou. Ele ainda ironizou sobre o risco de elas não jogarem contra o Japão: “Elas ainda têm que pegar um ônibus da Vila dos Atletas. Nunca se sabe o que pode acontecer com quem demorou seis dias de avião”.
Dentro de quadra, Argélia precisa de duas vitórias
Se fora das quadras a situação deve ficar com o “dito pelo não dito”, dentro de quadra a Argélia está quase fora. Sem entrar na arena contra EUA e Israel, a equipe tem duas derrotas por 10 a 0 (placar máximo do esporte) e ainda tem pela frente Japão (atuais campeãs olímpicas) e Brasil (time que é primeiro colocado do ranking mundial e país-sede dos jogos). Caso perca para o Japão e o Brasil empate ou vença Israel, a Argélia já está matematicamente fora.
Se o desempenho da equipe for semelhante ao do time masculino, as chances de eliminação nesta segunda-feira são grandes. Em três partidas, o time conseguiu “chegar até o final” apenas em uma: na derrota por 12 a 6 para a Suécia. Nos Jogos contra Alemanha (0 x 10) e Brasil (2 x 12), o jogo foi encerrado quando a diferença de dez gols for alcançada. A esperança da torcida argelina é de que, mais uma vez, o time surpreenda a todos. Mas desta vez, positivamente.