OMS aponta América como zona com maior aumento de mortes por malária
O continente americano registrou a maior alta no número de mortes por malária em 2017, principalmente devido ao rápido aumento de casos na Venezuela, revelou o relatório anual sobre a doença da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentado hoje (19) em Maputo, Moçambique.
A organização estima que 630 pessoas morreram na América por malária no ano passado, o que significa um aumento considerável se comparado a 2016, quando foram registradas 460 mortes.
No entanto, a América continua sendo o segundo continente - só atrás da Europa - que registra menos óbitos pela doença, conforme o Relatório Mundial de Malária 2018. A OMS calcula que foram 773,5 mil casos confirmados na região, sendo que 53% deles foram registrados na Venezuela, seguido do Brasil (22%), da Colômbia (8%) e do Peru (7%).
Conforme o texto, seis países do continente americano tiveram diminuição superior a 20% em 2017 com relação a 2016: Colômbia, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Honduras e Suriname. Já Belize, Brasil, Costa Rica, Guiana Francesa, Nicarágua e Venezuela tiveram aumento de mais de 20% no número de casos. Em abril, a OMS já tinha anunciado que a Venezuela registrava o maior aumento de casos de malária no mundo.
Em toda a região há 138 milhões de pessoas com risco de contrair a doença, potencialmente mortal, mas evitável e curável.
A OMS considera que a América "continua realizando um significativo progresso" e 11 dos 17 países estão no caminho para conseguir a redução de mais de 40% da taxa de incidência até 2020.
Neste ano, o Paraguai conseguiu o atestado de país livre da malária, depois de Cuba, que conseguiu a certificação há 45 anos. A Argentina foi dos três países - junto com Argélia e Uzbequistão - que fizeram os pedidos formais à OMS para a certificação. Em 2017, China e El Salvador relataram zero casos. Para conseguir esse status é preciso não possuir notificações da doença por três anos seguidos.
Conforme o relatório, a luta mundial contra a malária continua estagnada e, apesar de uma leve diminuição na taxa de mortalidade, 435 mil pessoas morreram no mundo por causa da doença.
Quase 80% das mortes globais por malária em 2017 estavam concentradas em 17 países da Região Africana da OMS e na Índia; sete destes países representaram 53% de todas as mortes globais por malária: Nigéria (19%), República Democrática do Congo (11%), Burkina Faso (6%), Tanzânia (5%), Serra Leoa (4%), Níger (4%) e Índia (4%).