Futebol de areia chama população para lutar contra câncer de mama

Publicado em 06/10/2019 - 13:59 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Trinta jogadoras de futebol de areia dos times Boa Vista da Praia, Projeto da Branca e Novos Talentos disputaram hoje (6), na Praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, o torneio Futebol da Resistência, Todas Contra o Câncer. O objetivo foi chamar a atenção da população, em especial das mulheres, para a importância da realização do exame de mamografia, para detecção precoce de câncer de mama.

O jogo foi organizado a pedido da deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), dentro da campanha Outubro Rosa, aberta oficialmente na última segunda-feira (30).

 Mulheres jogam futebol na praia de Copacabana  como parte do Outubro Rosa, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da ALERJ
Mulheres jogam futebol na Praia de Copacabana como parte do Outubro Rosa, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da ALERJ - Tomaz Silva/Agência Brasil

Rejane afirmou que a luta contra o câncer é todo dia. Avaliou, entretanto, que o Outubro Rosa faz com que a sociedade preste mais atenção para a luta das mulheres. “Porque não adianta só a gente conhecer nosso corpo, apalpar, ver que tem caroço, se a gente não vai poder fazer a mamografia”.

Por isso, a deputada obteve o apoio da Secretaria de Estado de Saúde, que levou para a orla de Copacabana um caminhão móvel para fazer na hora exames de mamografia gratuitos para as mulheres que passavam pelo local e já traziam o pedido médico. Para quem não tinha a indicação, esta podia ser obtida a partir de indicação de médicos que participavam da iniciativa.

Ouça na Rádio Nacional:

Primeiro passo

Segundo a deputada, o Outubro Rosa serve para as mulheres lutarem para que unidades móveis desse tipo sejam direcionadas a todos os municípios do estado. Lembrou que a mamografia é o primeiro passo porque, dependendo do caso, a mulher tem que fazer tratamento que pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia e, em algumas situações, até reconstrução mamária.

 Um mamógrafo móvel na praia de Copacabana à disposição para que mulheres com indicação médica possam realizar o exame na hora em ação do Outubro Rosa promovido pela  Alerj
Um mamógrafo móvel na Praia de Copacabana à disposição para que mulheres com indicação médica possam realizar o exame na hora em ação do Outubro Rosa promovido pela Alerj - Tomaz Silva/Agência Brasil

“O mês inteiro é para a gente chamar a atenção mesmo da sociedade. Está ruim assim. Tem que ter investimento em saúde. Nós ainda temos tempo de exigir que a saúde seja prioridade. E a saúde das mulheres, mais prioridade ainda, porque é o câncer que mais mata, que pode ser prevenido e feita uma cirurgia”, disse. Segundo ela, o futebol feminino na areia ajuda a ”chutar essa doença para longe e a chamar o povo todo para lutar”.

A empregada doméstica Rosinete da Silva, moradora em Austin, município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, sabia que o caminhão móvel da Secretaria de Saúde estaria estacionado em Copacabana. “Aí, eu vim, porque na minha comunidade é muito difícil. Demora de seis a oito meses para fazer”.

Como estava sem a requisição, ligou para o filho que conseguiu que a médica da mãe fizesse o pedido. Além da mamografia, Rosinete fez também um Raio X. “Consegui fazer os dois”. Ela vai pegar o resultado da mamografia em dez dias. Já o do Raio X ela recebeu na hora.

A terapeuta Rosely Girardin estava andando na praia com a filha quando viu o caminhão móvel. Ligou para sua médica que enviou o pedido pelo celular. Assim, ela pôde aproveitar a gratuidade e também fez a mamografia.

Para este ano, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) estima que cerca de 59 mil mulheres serão diagnosticadas com a doença, no Brasil.

 Mulheres jogam futebol na praia de Copacabana  como parte do Outubro Rosa, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da ALERJ
Mulheres jogam futebol na Praia de Copacabana. A competição é parte do Outubro Rosa - Tomaz Silva/Agência Brasil

Outras atividades

A primeira atividade da campanha foi o Capacita Mulher Especial Outubro Rosa, que trouxe representantes de instituições públicas de saúde e entidades civis de apoio às mulheres com câncer para debater o tema “Controle e Prevenção de Câncer de Mama”, com a enfermeira Maria Beatriz Kneipp Dias, da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Duas novas edições do Capacita Mulher estão programadas para os dias 10 e 24 de outubro.

No dia 17 de outubro, às 13h, será inaugurada no Salão Nobre da Alerj a exposição A Mulher e o Câncer no Brasil, resultado de parceria da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher com a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Museu da Vida. A exposição é aberta ao público e poderá ser visitada até o dia 31 de outubro, no salão nobre do Palácio Tiradentes, no horário das 9h às 17h.

As atividades da campanha se encerram no dia 31 de outubro com a realização da “Feira Rosa – Saúde da Mulher”, na Praça 15, ao lado do prédio anexo da Assembleia Legislativa. Organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao trabalho com pacientes de câncer, além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Conselho Regional de Enfermagem, estudantes de cursos técnicos e universidades vão oferecer gratuitamente ao público nesse dia noções de saúde, orientação jurídica e serviços básicos de aferição de pressão e teste de glicose.

Além das diversas atividades, a Alerj promoverá durante todo o mês de outubro a “Campanha Solidariedade + que Rosa”, para receber doações de lenços, toucas e perucas no ‘hall’ de entrada do Palácio Tiradentes, no horário das 10h às 17h. O material arrecadado será entregue a instituições sem fins lucrativos que atuam com mulheres em tratamento de câncer.

Edição: Aécio Amado

Últimas notícias