Futebol e filantropia unidos no combate ao câncer no Brasil
No próximo dia 15 de dezembro, às 14h, jogadores e ex-jogadores de futebol estarão no Parque São Jorge, em São Paulo, com a camisa do projeto Driblando o Câncer, participando de uma partida de futebol para divulgar a necessidade do diagnóstico precoce para a cura da doença. “O objetivo do projeto é chamar a atenção da opinião pública para a grave incidência do câncer no país, que atinge 600 mil brasileiros por ano e mata 240 mil. E o nosso intuito é unir todos os times de futebol para uma ação conjunta contra o câncer porque essa doença não escolhe time, raça, cor ou credo. Atinge a todos os cidadãos, de forma indiscriminada e cruel”, disse Gil Santos, presidente da Craques Master, promotora da campanha.
Um estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o câncer caminha para se tornar a principal causa de morte no mundo, caso medidas de intensificação da prevenção à doença não sejam tomadas. Segundo a OMS, entre os homens, são esperados 295.200 novos casos, e entre as mulheres, 300.870. O tipo de câncer mais incidente em ambos os sexos será o de pele não melanoma (175.760 casos novos a cada ano), o que corresponde a 29% do total estimado.
No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se, no biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, para cada ano. Os dados mostram que “os cânceres de próstata (68 mil) em homens e mama (60 mil) em mulheres serão os mais frequentes”. Segundo o oncologista Hezio Fernandes, diretor da Sociedade Brasileira de Cancerologia, o diagnóstico precoce e o tratamento imediato podem evitar que o número de mortes causadas pela doença aumente no país.
“Com relação ao câncer, e assim como as demais doenças, quando mais cedo fizermos o diagnóstico, quando mais cedo nós investigamos e quando mais cedo nós completamos o diagnóstico de um determinado câncer, maiores são as chances de sucesso, inclusive de cura definitiva dessa doença, que nos arrasa e traz enormes complicações. Então, o diagnóstico precoce deve ser perseguido por todos os médicos, por todos os clínicos gerais”, disse.
Driblando o Câncer
De acordo com Gil, unir futebol e filantropia é importante na conscientização da população para que faça os exames preventivos. A partida envolverá jogadores, times de futebol e artistas na campanha inédita contra a doença.
Jogadores como Cafu, capitão de seleção brasileira pentacampeã mundial, além de Müller, Veloso, Biro Biro, Júnior, Aloísio, Luizão, Amaral, Edilson, Gustavo Nery, Pavão, Zenon, Zé Carlos, Diney, César Sampaio, Gilmar, Ademir da Guia, Jamelli e Ronaldão, entre outros, estarão com a camisa da luta contra o câncer no Brasil.
O pentacampeão mundial Cafu (Marcos Evangelista de Morais), um dos pioneiros no futebol a se envolver em projetos sociais, disse que abraçou a causa, tornando-se padrinho do Driblando o Câncer, pela sua importância na conscientização da população para o diagnóstico, que pode levar à cura.
“Primeiro que, quando se fala em projeto social, eu sou um dos pioneiros em projeto sociais, eu tenho a Fundação Cafu com 950 crianças. Então sempre que se fala em ajudar, em solidariedade, em ajudar o próximo, em ajudar as pessoas, eu estarei sempre disponível. Então, essa campanha, Driblando o Câncer, assim que tomei conhecimento, eu me engajei na hora. Até porque, eu perdi meu pai e minha mãe para essa doença, que a gente sabe o quanto isso é sofrido e quantas pessoas precisam de carinho e tratamento nesse momento”, disse Cafu.
As mulheres também participarão da campanha, que tem Adriana Restum, empresária da Planet Girl, como coordenadora do jogo feminino que ocorrerá antes da partida masculina.
No time feminino estarão em campo, além da ex-jogadora Milena Rodrigues, atual embaixadora do futebol feminino do Corinthians, sete jogadoras do time oficial da Escola do Bolinha Futebol Clube, de Manaus, que incluem índias do Amazonas.
Parceria
O presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp), o médico Yussif Ali Mere Jr, defende a parceria público-privada como forma de ampliar o acesso de pacientes com câncer ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Garantir o acesso da população ao diagnóstico e tratamento do câncer pelo SUS é possível integrando o sistema público ao privado, o que propicia aumento da eficiência e diminuição dos custos para os cofres públicos", disse.
Segundo o presidente da Fehoesp, todo o conhecimento médico está disponível para tratamento do câncer. “O que precisamos é entregar isso para a população. E eu só vejo um caminho viável: usar o sistema de saúde suplementar”.