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Saúde

Covid-19: Brasil fiscaliza entrada de passageiros de 7 países da Ásia

Chegada do carnaval levou governo a aumentar a vigilância
Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/02/2020 - 16:32
Brasília
 Movimento de aeronaves no Aeroporto Santos Dumont.
© Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministério da Saúde decidiu aumentar seu nível de vigilância a respeito de pessoas que voltem da Ásia com sintomas semelhantes ao coronavírus. Até então, pessoas com viagem recente à China que apressentassem febre e mais um sintoma respiratório, como tosse, por exemplo, eram tratadas como suspeitas de ter o vírus. A partir de hoje (21), a definição de caso suspeito também vale para pessoas que vierem do Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Singapura, Vietnã, Tailândia e Camboja e apresentarem sintomas.

A mudança de parâmetro ocorreu por conta de um aumento de 14% no número de casos novos fora da China em apenas um dia. A Coreia do Sul tem 204 casos confirmados, o Japão tem 107 casos, Singapura tem 85, Tailândia tem 35 casos, Vietnã tem 16 e Camboja tem um caso. A Coreia do Norte, apesar de não ter nenhum caso confirmado, também foi incluída na ampliação do ministério por compor a mesma península que seu vizinho, a Coreia do Sul. No total, são 76.787 casos em todo o mundo, com 2.248 mortes, sendo 2.144 na China, e 18.864 curados. Os dados são da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.

O  secretário-executivo do  Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, divulga dados atualizados sobre a situação do novo Coronavírus no país.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, divulga dados atualizados sobre a situação do novo Coronavírus no país. - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Outra justificativa para a decisão do governo brasileiro é a chegada do carnaval, período em que o fluxo de turistas extrangeiros aumenta no país. Apesar disso, o governo não tem nenhuma recomendação para que as pessoas evitem viajar para esses países, com exceção da China. Essa orientação, no entanto, poderá ocorrer caso algum dos países institua regime de quarentena. “Na China estamos vivendo uma situação de quarentena. E por isso recomendamos que não viajasse para lá se não houvesse uma justificativa plausível”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo.

Casos no Brasil

O Brasil tem, atualmente, um caso considerado suspeito. Ontem (20) também havia um caso, de uma criança de 2 anos, de São Paulo. Esse caso foi descartado, mas outro, de uma mulher de 21 anos, do Rio de Janeiro, foi incluído. Ela viajou recentemente à China, a exemplo da maioria dos casos considerados suspeitos. Os exames dessa mulher estão sendo processados e o resultado deve sair em breve.

Quarentena em Anápolis

As 58 pessoas que estão em quarentena em Anápolis (GO), na base aérea da Força Aérea Brasileira (FAB), foram submetidas a mais uma coleta de exames hoje, 14º dia de quarentena. O prazo para o resultado ser conhecido é de 24 horas a 72 horas. “Estamos seguindo padrões internacionais de segurança. A partir de 14 dias, estando clinicamente saudáveis, poderão ser liberados”, disse o secretário de Vigilância em Saúde (SVS) do ministério, Wanderson de Oliveira.

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira,  divulga dados atualizados sobre a situação do novo Coronavírus no país.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, divulga dados atualizados sobre a situação do novo Coronavírus no país. - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O prazo de 18 dias de quarentena, segundo os representantes do ministério, contemplava justamente a coleta de quatro amostras para exame, sendo a última no 14º dia, tido como o último para que o vírus se manifeste após contágio, e o prazo para o conhecimento do resultado.

“A FAB vai levar as pessoas de volta à sua origem. O Ministério da Defesa vai montar a logística para transportar as pessoas onde elas moram no Brasil. Elas irão em voos da FAB ou aviões comerciais, mas tudo será organizado pelo Ministério da Defesa tão logo os exames estejam prontos e negativos”, explicou Gabbardo.