Escolaridade mitiga efeitos de lesões cerebrais na terceira idade
Um estudo liderado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) demonstrou que a educação está relacionada a melhores habilidades cognitivas e é um fator de proteção para diminuir sinais de demência na terceira idade.
Publicado pela revista científica Alzheimer's & Dementia, o artigo ressalta a importância da escolaridade para mitigar os efeitos das lesões cerebrais na diminuição de habilidades cognitivas, como memória, atenção, função executiva e linguagem.
Os participantes do estudo que tinham alguma escolaridade apresentaram, na média, pontuações mais baixas na escala utilizada na pesquisa que mediu o comprometimento cognitivo, na comparação com quem não tinha educação formal.
Os resultados apontaram que aqueles com escolaridade apresentaram menor grau de deterioração das funções neurológicas e menos sinais de demência. Com isso, os pesquisadores associaram a escolaridade a uma maior reserva cognitiva.
O estudo observou 1.023 pessoas diferenciados entre aqueles sem educação formal, com 1 a 4 anos de escolaridade, e com 5 anos ou mais anos de escolaridade. Além disso, o trabalho analisou a ocupação profissional delas, definida como o trabalho que eles mais realizaram durante a vida e classificada entre qualificada (por exemplo, médico, professor, gerente), semiqualificada (lojista, motorista, segurança) e não qualificada (trabalhador agrícola, empregada doméstica, jardineiro).
No entanto, apesar de existir na literatura trabalhos mostrando que o tipo de ocupação poderia diminuir o risco de demência, tal resultado não foi observado no estudo da FMUSP. Segundo a professora Claudia Suemoto, primeira autora do estudo, somente a escolaridade, que as pessoas geralmente adquirem na primeira infância e na adolescência, parece diminuir esse risco.
Matéria atualizada às 18h41 do dia 13/01/2022 para acréscimo de informação.