Exposição no Museu do Amanhã trata do hackeamento da cidade do Rio de Janeiro

Publicado em 12/10/2016 - 17:41 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O Museu do Amanhã, na Praça Mauá, abriu ao público, a partir de hoje (12), até 5 de fevereiro de 2017, a exposição Rolé pelo Rio Hackeado, sobre a capacidade de as pessoas poderem mudar a cidade onde vivem. A mostra, segundo a diretora do Laboratório de Atividades do Amanhã do museu, Marcela Sabino, dá chance às pessoas de “falar, debater, criar coisas novas”.

Segundo Marcela, o Museu do Amanhã importou, para essa exposição, a ideia do hackeamento da cultura digital dos Estados Unidos, que, no início desse processo, nos anos de 1950, tinha como objetivo melhorar o código digital e torná-lo mais elegante.

“O que estamos querendo dizer com essa exposição é que as pessoas também podem hackear a cidade, entender a cidade como um sistema e podem modificá-la”. Por meio de projetos interativos, os visitantes poderão apreciar as transformações, ou hackeamentos, ocorridos em vários bairros do Rio de Janeiro. Na Urca, na zona sul, por exemplo, mostra-se a mureta que acabou virando um ponto de encontro das pessoas nos fins de semana. Ou o viaduto de Madureira, na zona norte, que se transformou no maior baile charme do Brasil.

Rio de Janeiro - Museu do Amanhã, na Praça Mauá. Dedicado à ciência, o público poderá ter experiências modernas com instalações interativas, imaginando os próximos 50 anos (Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil)

Museu do Amanhã, na Praça MauáCristina Índio do Brasil/Agência Brasil

Na mostra, estão expostos vários hackeamentos que já acontecem na cidade, no dia a dia, traduzidos pelas orquídeas colocadas em árvores nas ruas, até ações como limpeza de praças, pintura de muros. “Ações, enfim, que mostram como se pode hackear para melhor”, comentou a diretora.

Outra prática já adotada em todo o mundo e que está incluída na exposição são as hortas urbanas, que aproveitam espaços vazios das cidades “e deram vida a esses espaços e podem criar novas economias”, segundo Marcela Sabino. Nesse caso, o exemplo citado foi a horta urbana criada no Lixão do Vidigal, em São Conrado, zona sul do Rio, que se transformou em um centro de lazer naquela comunidade carioca.

A ideia é levar as pessoas a analisar o que as incomoda na cidade e, ao mesmo tempo, incentivá-las a perceber como podem contribuir para melhorar isso, para  “cada vez mais incentivar os moradores a contribuir para a mudança da cidade para melhor”, diz a diretora. Segundo Marcela, muitas experiências acabam sendo incorporadas pela administração municipal, em algum momento. Ou seja, fazem com que os moradores da cidade sejam não só usuários, mas agentes de transformação, a partir da adoção de ações sustentáveis.

Edição: Jorge Wamburg

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