Museu do Samba recebe homenagem do Iphan
No âmbito das comemorações dos 80 anos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Museu do Samba recebe uma homenagem do órgão federal, em sua sede, na Mangueira
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que está completando 80 anos, homenageou hoje (13) o Museu do Samba, na Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, por sua importância como centro de referência das matrizes do samba carioca, com o partido-alto, o samba de terreiro e o samba-enredo. Alvo de discriminação e perseguição nas primeiras décadas do século 20, o samba do Rio de Janeiro foi alçado a símbolo nacional e se destaca como um fenômeno cultural de grande relevância.
“O samba, no ano passado, completou 100 anos. É uma das expressões mais fortes da identidade do povo brasileiro. E a cultura popular é o motor desse país. É mais do que justo que o Iphan abra aqui as comemorações dos seus 80 anos com uma das expressões culturais mais marcantes da nossa identidade”, disse a presidente do Iphan, Kátia Bogéa.
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Em 2007, o samba foi reconhecido pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Na foto, músicos do Salgueiro.
Na solenidade, a Associação da Velha Guarda das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e os 26 membros do Conselho do Samba do Rio de Janeiro receberam certificados de agradecimento pelos serviços prestados à cultura brasileira, especialmente ao samba carioca. Entre eles, o sambista Nelson Sargento, de 93 anos. “O samba está nas mãos das pessoas certas”, disse.
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O sambista Nelson Sargento foi um dos homenageados pelo Iphan
O Museu do Samba teve origem no Centro Cultural Cartola, instituição responsável pelo pedido de registro do samba como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, com o apoio da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).
A autora do requerimento ao Iphan foi a então presidente do centro cultural e neta do compositor Cartola, Nilcemar Nogueira, que atualmente é secretária municipal de Cultura do Rio. O reconhecimento do samba como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil ocorreu em 2007.
“A escolha do Iphan para realizar no museu a comemoração dos seus 80 anos é mais do que emblemática. É uma afirmação importante porque os detentores das expressões culturais brasileiras são o nosso principal patrimônio”, disse Nilcemar.
Matrizes do samba
Segundo o Iphan, o samba de terreiro faz referência aos espaços de encontro e celebração dos sambistas, como os pátios das escolas de samba. Já o partido-alto é marcado pelos versos de improviso e nasceu das rodas de batucada, onde o grupo marca o compasso, batendo com a palma da mão, repetindo o refrão e inventando estrofes segundo um tema proposto. O refrão serve de estímulo para que um participante vá ao centro da roda sambar e, com um gesto ou ginga de corpo, convide outro componente da roda.
Com a criação das primeiras escolas, no final da década de 1920, o samba se adaptou às necessidades do desfile. Criou-se então uma nova estética: o samba-enredo, em que o compositor elabora seus versos com base no tema (enredo) a ser apresentado pela escola, descrevendo uma história, de maneira melódica e poética.

O Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) comemora os 80 anos de sua criação com uma série de eventos e abertura de exposições
Belas Artes também completa 80 anos
Assim como o Iphan, o Museu Nacional de Belas Artes, no centro do Rio, também completa 80 anos e abre hoje a temporada de exposições de 2017 com a mostra Grandjean de Montigny e Rio de Janeiro no século XIX – Planos e projetos de um arquiteto francês para uma metrópole em construção.
Também será lançado o livro Alegoria às Artes – Léon Pallière, que retrata o processo de restauração da tela atualmente em exibição no museu. A pesquisa histórica do livro, que começou a ser elaborado em paralelo ao restauro da tela, iniciado em 2014, foi desenvolvida pelos pesquisadores Pedro Xexéo e Adriana Clen.
