Nos 80 anos do Iphan, exposição propõe reflexão sobre o patrimônio cultural
Contar a história das políticas públicas de preservação no Brasil e mostrar os desafios que surgem com o moderno conceito de patrimônio cultural são o fio condutor da exposição A Construção do Patrimônio, aberta ao público hoje (26) na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. A mostra, que faz parte das comemorações dos 80 anos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reúne mais de 150 obras, entre documentos raros, quadros e esculturas, oriundos dos acervos de diversas instituições culturais do país.
Com curadoria de Luiz Fernando de Almeida, ex-presidente do Iphan, a exposição está dividida em 12 ambientes e traça um roteiro que começa com a visão da década de 1920 – quando o instituto foi criado – sobre o que se queria preservar para as gerações seguintes, e vai até a noção atual a respeito do que queremos conservar para o futuro. Ao longo desse percurso, o visitante pode ver obras e registros documentais de nomes como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Pierre Verger, Marcel Gautherot e Mestre Vitalino, além da réplica de uma escultura de Aleijadinho.
“O principal desafio para a área de preservação do patrimônio é a necessidade de uma consciência pública e coletiva do que é patrimônio e de um esforço que todos devem ter para preservar”, disse Almeida. “A preservação do patrimônio não é apenas resultado de uma ação governamental. É principalmente o envolvimento da sociedade no que ela imagina que agrega socialmente, naquilo que nos faz identificar como país, como comunidade, como sociedade”, definiu.
Visita guiada
No primeiro dia de visitação, Almeida recebeu o público para uma visita guiada à exposição. Pernambucana do Recife, em viagem de turismo ao Rio, a arquiteta Moema Rolim elogiou a mostra e o trabalho do curador.
“Estou fazendo o circuito das exposições cariocas, entrei na Caixa Cultural e confesso que quando eu vi o título, a mostra me chamou a atenção pelo tema, mas eu não imaginava ver o que encontrei aqui. Realmente eu estou emocionada de ver os desenhos de Lúcio Costa, essa interpretação dos caminhos do patrimônio, cruzando com a questão social, ele faz isso com maestria”, disse.
Além de importante acervo documental do próprio Iphan, a exposição também tem obras do Museu Histórico Nacional (MHN), Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), Museu de Arte de São Paulo (Masp), Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) e Casa Juscelino Kubitschek, entre outras instituições.
A mostra Construção do Patrimônio fica em cartaz até 22 de dezembro e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 21h. A Caixa Cultural Rio de Janeiro fica na Avenida Almirante Barroso, 25, no centro da cidade.
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