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Direitos Humanos

Jovem agredido em briga na Maré está em estado grave

Isabela Vieira- Repórter da Agência Brasil
Publicado em 06/04/2014 - 18:07
Rio de Janeiro

 

Rio de Janeiro - Forças Armadas ocuparam na manhã deste sábado (5) o complexo de favelas da Maré no processo de implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Um jovem de 22 anos foi espancado e abandonado em um valão no Complexo da MaréFernando Frazão/Fernando Frazão

Um jovem ficou gravemente ferido depois de ter sido espancado e abandonado em um valão no Complexo da Maré, na zona norte do Rio, hoje (6), um dia depois da ocupação da comunidade pelas Forças Armadas. O rapaz, de 22 anos, foi encontrado pelos moradores, que alertaram os militares. Ele teve traumatismo craniano e está em estado grave, no Hospital Municipal Souza Aguiar.

De acordo com o chefe da Comunicação Social da Brigada Paraquedista do Exército, major Alberto Horita, que acompanha a ocupação, a vítima foi agredida por traficantes de facções rivais e jogado no valão que divide as comunidades Nova Holanda e Baixa do Sapateiro, na Maré.

Com a chegada da patrulha, houve um início de tumulto, dispersado pelos militares. “O comandante da patrulha no local deu dois tiros de fuzil para o alto e usou spray de pimenta para evitar o confronto”, relatou Horita. Segundo ele, os grupos rivais estavam armados de pedras e paus, dispostos a um novo embate. “A animosidade recrudesceu e a patrulha impediu”, disse.

O major esclareceu que os militares que encontraram o rapaz agredido optaram por chamar uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) para resgatá-lo do valão. “A retirada por pessoal não especializado poderia prejudicar a condição clínica do jovem ainda mais. O atraso na retirada do cidadão do valão não acarretou prejuízo”, afirmou o major.

Ontem (5) o Exército ocupou o Complexo da Maré com 2,7 mil homens e o apoio de 20 blindados, além de jipes equipados com metralhadoras. Os militares substituem policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que entraram na comunidade no fim de abril. Para esta semana, a expectativa é que o prefeito Eduardo Paes vá a comunidade e anuncie projetos de urbanização.

Para comentar o episódio do espancamento e a situação local, a reportagem entrou em contato com lideranças comunitárias da Maré, que preferiram não dar entrevistas. De acordo com o Exército, o clima é de tranquilidade e segue “sob controle”.