MTST ocupa edifício sede de empresa de construção na Marginal Pinheiros
Cerca de 1,5 mil pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fazem um protesto desde as 13h40 de hoje (16) no saguão de entrada e parte da garagem da empresa de construção e venda de apartamentos Even, na Marginal Pinheiros.
Desde o último dia 20, o MTST ocupa com cerca de 4 mil famílias um terreno de 60 mil metros quadrados pertencente a empresa no Portal do Morumbi, na zona sul da capital. A Even requereu e obteve na justiça a reintegração de posse. Agora, o movimento quer que a empresa suspenda a reintegração e encontre uma solução para o impasse sem a remoção das pessoas.
“A gente quer um período para continuar as negociações. Tanto via governo, como via Caixa [Econômica Federal]. Mas a gente precisa que essas famílias permaneçam lá no terreno, porque elas não têm mesmo para onde ir”, disse a coordenadora do MTST Simone de Sousa.
Parte dos funcionários que trabalham no edifício da Even foram dispensados. A polícia está no local e já fez contato com representantes do movimento. Um faixa da marginal está bloqueada pelos manifestantes.
“Viemos preparados para acampar aqui, trouxemos fogão, comida, barracas para ficarmos aqui até a hora em que eles negociarem conosco. Já viemos aqui na outra semana, no último dia 7, mas eles não nos atenderam, falaram que só atenderiam a gente via governo”, destacou Simone.
Em nota, a empresa disse que a sede foi “violentamente invadida” o que provocou tensão nos funcionários que trabalham no prédio. De acordo com a Even, o expediente foi interrompido em razão da manifestação. “A companhia reiterou aos representantes do movimento que o terreno do Morumbi, ocupado de forma irregular pelo grupo, é propriedade privada e que suas demandas de moradia devem ser encaminhadas ao Poder Público”.
A empresa ressaltou ainda que a liminar para a reintegração de posse do terreno já foi expedida e está em fase de cumprimento. “A Even reitera sua confiança na Justiça para garantir o direito à propriedade privada, previsto na Constituição Brasileira”.
*Texto atualizado às 20h06 para acréscimo do posicionamento da empresa