Galvão Engenharia vence disputa para concessão da BR-153
A Galvão Engenharia foi a vencedora do leilão de concessão da BR-153 - trecho Tocantins-Goiás - feito hoje (23) na BM&FBovespa, na capital paulista. O deságio alcançou 45,99% sobre o valor-teto estabelecido pelo governo, de R$ 9,22 para o pedágio a cada 100 quilômetros. Pelas estimativas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o valor do investimento pode chegar a R$ 4,31 bilhões. Além da Galvão Engenharia, outras duas empresas entregaram propostas.
Esse é o sexto trecho rodoviário do Programa de Investimento em Logística (PIL) e faz parte da terceira etapa do programa de concessão de rodovias da ANTT. A empresa poderá explorar a concessão por 30 anos, investindo em infraestrutura, prestação de serviço público de recuperação, conservação, manutenção, operação, implantação de melhorias e ampliação da capacidade do trecho concedido.
O trecho obtido pela Galvão Engenharia corresponde a 624,8 quilômetros que ligam Anápolis (GO) a Aliança do Tocantins (TO), passando por 24 municípios. A concessionária deverá duplicar 598,3 quilômetros - quase toda a parte da rodovia que foi concedida. A iniciativa privada deve investir cerca de R$1,54 bilhão na duplicação desse trecho, que deverá ser concluído em cinco anos. Estão previstas nesse período 48 interseções e 11 passarelas.
O ministro dos Transportes, César Borges, disse que o leilão foi um sucesso, como os outros cinco feitos anteriormente. Segundo ele, o pregão transcorreu dentro da perspectiva do governo. “O importante é ter a participação do setor privado, a melhoria da malha rodoviária e a modicidade tarifária. Essa não como objetivo principal, mas dentro dos objetivos a serem atingidos”.
Na avaliação do ministro, o mercado confia na parceria do governo, que criou condições objetivas e transparentes para dialogar e chegar a um consenso com o setor. Ele destacou que todas as concessões leiloadas antes já estão avançando, com todas as obras a serem iniciadas até o meio do ano. “Estamos avançando nas licenças ambientais e o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] está facilitando os empréstimos para os grupos. Tudo o que foi anunciado no inicio do PIL tem sido uma realidade”, disse Borges.
O vice-presidente da Galvão Engenharia, Carlos Namur, elogiou o diálogo aberto por parte do governo, ouvindo os empresários para construir um ambiente competitivo, e o apoio para proposta com capital financeiro estruturado. “Isso nos possibilitou que, depois dos estudos de engenharia, tivéssemos a segurança de apresentar uma oferta como essa e a tranquilidade de poder implementar o projeto com a qualidade que o ministro salientou, no prazo e custo que orçamos, com retorno necessário para a população e acionistas”.
De acordo com Namur, depois de fazer muitos estudos, a empresa constatou que esse seria o trecho mais competitivo. Ele explicou que já havia interesse do grupo em voltar a participar de concessões rodoviárias. “Como vamos estruturar o investimento, será analisado ao longo do tempo. Através desses investimentos teremos a cobrança do pedágio que é o retorno do investimento”.