Ministério fará missões ao exterior para defender qualidade da carne brasileira


Unidade da empresa JBS na cidade da Lapa (Paraná)
Após 50 dias da deflagração da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades na produção e fiscalização de frigoríficos brasileiros, o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, disse que representantes da pasta farão missões ao exterior para retomada do mercado internacional.
“Com a Operação Carne Fraca, tivemos que gerenciar essa crise e agora estamos pisando no acelerador, vencemos a primeira onda, mas ainda há muito o que ser feito. Estamos trabalhando para a retomada dos mercados”. Novacki participou hoje (9) da abertura da Expomeat, feira internacional de proteína animal que vai até quinta-feira (11) em São Paulo.
O secretário executivo disse que a contenção da crise foi possível graças ao sistema de inspeção federal. “No primeiro momento, conseguirmos conter a debandada geral que houve e agora queremos consolidar [os mercados]. E isso só é possível porque o nosso sistema de inspeção federal é robusto e funciona. Estamos presentes em mais de 150 países, e estes mercados, antes de comprar os produtos brasileiros, fazem uma auditoria independente do sistema. Por conta disso, conseguimos conter e agora precisamos consolidar”, disse.
O trabalho agora segue com missões internacionais feitas pelo ministério. Na próxima sexta-feira (12) o ministro Blairo Maggi viaja para a Arábia Saudita e o Kuwait. Novacki informou que também participará das missões na Comunidade Europeia e Coreia do Sul. Há ainda visitas programadas para Egito, Irã e Argélia.
Segundo o secretário, poucos países ainda resistem a voltar a comprar a carne brasileira. “Com os grandes compradores não tivemos problemas, mas existem alguns mercados que compravam produtos brasileiros, seguraram [as importações] e agora discutem questões bilaterais porque também têm interesse em colocar produtos aqui”, ponderou.
Novacki disse acreditar que o maior prejuízo foi na imagem da carne brasileira. “Precisamos desmistificar e mostrar, não só internamente, mas para o mundo, que, além de produzir em grande quantidade e produtos de qualidade, produzimos também com responsabilidade social e sustentabilidade. Estes são os pilares em que vamos nos apoiar nessas missões internacionais.”
Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, a retomada total do mercado externo será rápida. “Alguns poucos mercados continuam fora, mas, dentro de 30 dias, deveremos ter 100% dos países de volta”. Turra disse que as vendas internas já voltaram ao normal. “Pela transparência das informações do Mapa e da ABPA, a população brasileira foi entendendo que havia um grupo pequeno de empresas envolvidas, de equívocos e de irregularidade. O mercado absorveu rápido e até houve uma reação positiva da confiança do brasileiro na nossa carne”, ressaltou.

