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Economia

Ceagesp opera com apenas 10% do volume de alimentos

Paralisação também afeta turismo da cidade e o Campo de Marte
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/05/2018 - 21:20
São Paulo

Devido à greve dos caminhoneiros, o Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) está operando com 10% do volume de alimentos neste terça-feira (29) e continua com os portões abertos, com funcionamento parcial dos boxes, informou a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

“Em circunstâncias normais, entram no ETSP de 1.500 a 2.000 veículos carregados para serem distribuídos entre os cerca de 3 mil atacadistas instalados no entreposto da capital. Contudo, desde o início da paralisação dos caminhoneiros, a média diária não passou de 200 veículos”, informou a Ceagesp.

Entre 6h e 13h de hoje, foi registrada a entrada de 72 caminhões carregados de verduras e 43 de frutas e legumes, totalizando 115 veículos vindos principalmente do interior de São Paulo e do Cinturão Verde da Grande São Paulo. Alguns produtos que vem de outros estados continuam em falta e outros que estão sendo comercializados são provenientes de estoques de câmaras frigoríficas do próprio mercado, ou de cargas trazidas das proximidades.

Rodovias

No final da tarde de hoje, a rodovia Régis Bittencourt tinha cinco pontos de manifestação da greve dos caminhoneiros, mas sem bloqueio e sem lentidão em nenhum ponto da via, segundo a concessionária Arteris.

Na rodovia Fernão Dias, eram sete pontos de manifestação, porém sem lentidão nem bloqueios. Na Presidente Dutra, os caminhoneiros ocupam a distância do km 211 até o km 231 (Guarulhos), além de pontos de manifestação em outras localidades, mas também sem bloqueios na pista.

A rodovia Anhanguera tem pontos de manifestação nas regiões de Louveira e Limeira. Já a Bandeirantes não apresenta pontos de bloqueio, segundo a concessionária Autoban. No Corredor Dom Pedro, desde a manhã não há registro de manifestações e o fluxo segue baixo.

Na manhã de hoje, caminhoneiros paralisaram pontos da rodovia Prof. Zeferino Vaz (SP-332) nos dois sentidos entre os quilômetros 132 a 135, que ligam Campinas a Paulínia, impedindo a saída de caminhões de combustível da Refinaria de Paulinia (Replan) da Petrobras. No final da tarde, havia presença de caminhoneiros no local, mas sem interdição da via. Na rodovia Dom Pedro I (SP-065), a concentração ocorre próximo a Igaratá, mas também sem interdição de faixas.

No Rodovia Anchieta, foi registrado tumulto. A Força Tática da Polícia Militar (PM) usou bombas de gás para dispersar caminhoneiros parados no acostamento do km 23. Caminhoneiros relataram que um capitão da polícia determinou a saída do local. Alguns deixaram o acostamento, outros não e, então, conforme os relatos, foram usadas as bombas de gás. A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou, por telefone, que a Polícia Rodoviária Estadual pediu apoio da Força Tática porque houve “confronto com moradores”, que teriam atirado pedras contra os policiais.

Campo de Marte

A gasolina para abastecer os helicópteros e aviões do Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, acabou no final da tarde de ontem (28) e não há previsão para reabastecimento, segundo a Associação Brasileira de Táxi Aéreo (Abtaer). De acordo com Jorge Bitar, presidente da entidade, as três distribuidoras de combustível do aeroporto - Petrobras, Shell e Airbt - informaram que não há previsão de que o fornecimento volte à regularidade.

Segundo Bitar, 40% das aeronaves no Campo de Marte são abastecidas com gasolina de aviação e 60% são alimentadas com querosene de aviação. Segundo ele, a querosone, utilizada em aviões de maior parte, está disponível e sem previsão de acabar.

Turismo

O turismo na capital paulista deve perder R$ 104 milhões no faturamento com paralisação dos caminhoneiros, segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Na análise da entidade, caso a greve continue, a atividade turística durante o feriado de Corpus Christi poderá ser afetada, assim como os principais eventos da cidade, como a Parada do Orgulho LGBT .

Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, o atual cenário faz com que as pessoas evitem viagens de carro e demais transportes, além de influenciar hospedagem, eventos e demais ações relacionadas ao turismo.