logo Agência Brasil
Economia

Vitória é a capital com mais famílias com dívidas em atraso

Fecomercio aponta que 49% da população da capital capixaba têm débitos
Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/09/2018 - 10:47
São Paulo

Vitória, no Espírito Santo, é capital brasileira com mais famílias com dívidas em atraso, aponta a 8ª edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, divulgada hoje (8) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Quase metade da população da capital capixaba (49%) têm débitos não-pagos. Considerando todas as capitais, o percentual é de 26%. Os dados são relativos a 2017.

A cidade de Porto Alegre está em segundo lugar, com 46% das famílias com dívidas em atraso, seguida por Macapá (43%), Boa Vista (42%) e Manaus (38%).

A análise da FecomércioSP é feita com base em informações do Banco Central, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Shopping no centro de Brasília tem movimento intenso no último fim de semana antes do Natal
Capitais que têm as famílias com maior comprometimento da renda mensal são Teresina e Boa Vista - Arquivo/Agência Brasil

As famílias de João Pessoa são as que menos têm dívidas em atraso, com 5%. Em seguida, estão os brasilienses (11%), as famílias de Porto Velho e Palmas, ambas com 13%, e Teresina, com 14%. O valor médio mensal das dívidas é de R$ 2.766 em Belo Horizonte, que tem o maior valor. Belém, por sua vez, tem o menor valor médio mensal, com R$ 623.

Considerando o volume de famílias endividadas – não necessariamente as que estão com pagamento em atraso -, Curitiba lidera o ranking, tendo 91% acessado algum crédito. Boa Vista é segunda colocada, com 83%, seguida por Florianópolis (80%), Natal (79%) e Brasília (79%). As capitais com menor nível de endividamento são Goiânia (38%), Belém (40%), Salvador (51%), Porto Velho (52%) e Teresina (52%).

“À primeira vista aquilo que pode parecer pejorativo, na realidade, quanto maior o número de famílias endividadas, melhor, porque nenhuma economia do mundo consegue subsistir sem tomada de crédito”, explicou Altamiro Carvalho, economista da FecomércioSP. Ele destaca que os números refletem a retomada gradual da economia. Outro fator positivo considerado por ele é que a parcela da renda familiar comprometida com a dívida está em torno de 30%, na média nacional, que é considerado “sob controle”.

Capitais

As capitais que têm as famílias com maior comprometimento da renda mensal são Teresina e Boa Vista, com uma parcela da renda mensal de 43%. Belo Horizonte é a segunda colocada com 40%, seguida por Brasília (35%) e Fortaleza (34%). João Pessoa tem as famílias com menor parcela da renda mensal comprometida, com 11%, seguida de Belém (13%), Vitória (21%), Cuiabá (24%) e Aracaju (25%).

O estudo mostra também uma melhora no rendimento total das famílias em 2017 na comparação com 2015. A radiografia faz o comparativo com 2015 por considerar que este foi o período transitório de início da recuperação econômica. A massa total de rendimentos atingiu R$ 277,9 bilhões no mês de dezembro, alta de 5,5% em relação aos R$ 263,3 bilhões de dezembro de 2015. Considerando a elevação de 1,6% no número total de famílias nesse mesmo período, a renda média mensal familiar passou de R$ 4.250,37 para R$ 4.416,95, uma alta de 3,9%.

Para os economistas da FecomercioSP, três fatores explicam a recomposição da renda no período: forte queda da inflação (de 10,67% em 2015 para 2,95% em 2017); avanço na taxa de ocupação, embora concentrada no mercado informal; e aumento da massa de rendimento dos aposentados.