Participação de cidades de SP e RJ no PIB nacional cai para 16,2%
A participação das cidades São Paulo (SP) e do Rio de Janeiro (RJ) no Produto Interno Bruto (PIB) nacional recuou de 19% em 2002 para 16,2% em 2016. Os dados do PIB dos Municípios foram divulgados hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que, apesar disso, as duas capitais continuam tendo as maiores economias do país.
Sozinha, São Paulo tem o dobro do PIB carioca e responde por 11% da economia do país (em 2002 respondia por 12,7%), enquanto o Rio de Janeiro representa 5,3% do PIB nacional (em 2002 eram 6,4%). Se somarmos as outras quatro maiores cidades brasileiras, em termos econômicos, elas concentram 25% do total do PIB do país.
São elas: Brasília (DF), com 3,8%, Belo Horizonte (MG), com 1,4%, Curitiba (PR), com 1,3% e Osasco (SP), com 1,2%.
Apesar de ainda ter essa concentração em torno de seis grandes cidades, a economia brasileira está cada vez mais desconcentrada. Nesse período de 15 anos, as capitais estaduais reduziram sua participação de 36,1% para 33,1%.
Segundo o pesquisador do IBGE Frederico Cunha, nos últimos anos, houve uma desconcentração da indústria no país que trouxe, com ela, o crescimento dos serviços e administração pública para esses novos municípios. “Quando você descentraliza e a indústria avança, é preciso levar serviços. E o estado acaba tendo que crescer”.
Entre 2002 e 2016, a participação conjunta dos municípios do semiárido no PIB nacional passou de 4,5% para 5,1%, e a dos municípios que formam a Amazônia Legal foi de 6,9% para 8,6%.
“Na Amazônia Legal, há desde a expansão do agronegócio no Mato Grosso, à produção mineral no Pará, passando também pela produção da Zona Franca de Manaus. No Semiárido, destaca-se o aumento da participação da Administração Pública, que é o principal setor em boa parte dos municípios”, afirma Claudio Stenner, outro pesquisador do IBGE.
Perfil dos municípios
Em 2016, os 1.456 municípios predominantemente urbanos responderam por 87,5% do PIB brasileiro. Os 1.318 municípios com os menores PIBs responderam por cerca de 1% do PIB e por 3,1% da população brasileira. Já os 100 maiores PIBs municipais representavam 56% do PIB.
Os maiores ganhos de participação no PIB entre 2015 e 2016 foram os municípios baianos de Gentio do Ouro, local onde estava sendo construído um complexo de geração de energia eólica, e Tabocas do Brejo Velho, onde estava sendo instalado um parque de geração solar.