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Economia

Banco Mundial diz que pode oferecer US$ 160 bilhões em financiamentos

Dinheiro servirá para enfrentar danos causados pelo coronavírus
Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 17/04/2020 - 14:32
Brasília
dólares
© Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O presidente do Banco Mundial (Bird), David Malpass, anunciou hoje (17) que a instituição é capaz de fornecer US$ 160 bilhões em financiamento nos próximos 15 meses, para o enfrentamento da crise econômica gerada pelo coronavírus (covid-19).

Em nota, o banco afirmou que o programa é baseado em três pilares: proteger os mais pobres e vulneráveis; apoiar os negócios e salvar empregos; e ajudar os países em desenvolvimento a implementar medidas emergenciais de saúde e fortalecer a resiliência econômica.

Recessão

“Além dos impactos da pandemia da covid-19 na saúde, esperamos uma grande recessão global. Nossas estimativas sugerem uma desaceleração global muito mais profunda do que a grande recessão (iniciada em 1929), dados os declínios na produção, investimento, emprego e comércio”, disse, em comunicado à imprensa.

Malpass destacou, também, que enquanto os trágicos impactos da pandemia estão sendo sentidos globalmente, a crise deve atingir os mais pobres e os países mais vulneráveis.

Para o presidente do Banco Mundial, o que a instituição fez até agora “claramente não é suficiente”. “Se não agirmos rapidamente para fortalecer sistemas, os ganhos de desenvolvimento dos últimos anos podem ser facilmente perdidos” enfatizou.

Malpass disse, ainda, que irá monitorar, juntamente com o Fundo Monetário Internacional (FMI), se o espaço fiscal aberto para os países por meio de financiamentos e alívio em pagamento de dívidas está sendo utilizado para o enfrentamento dos impactos da covid-19.

América Latina

Em entrevista transmitida pela internet, Malpass afirmou que os países da América Latina não são os mais pobres do mundo, mas têm dificuldades financeiras. “Não são as nações mais pobres do mundo, mas certamente têm enormes necessidades financeiras. Então, uma das coisas que estamos estudando é uma maneira de fornecer recursos e assistência técnica e também ideias para esses governos e como eles podem fazer com que seus sistemas funcionem melhor durante o fim da crise. E quando a crise terminar, gostaria que os países saiam com um sistema mais reativo e que possam iniciar a reconstrução de forma mais rápida”, afirmou.

No último dia 12, o Banco Mundial divulgou estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB). Para a instituição, a economia na região da América Latina e Caribe deve registrar queda de 4,6% em 2020. Para o Brasil, a previsão de queda do PIB este ano é 5%.